São Paulo definha e Brasileirão fica totalmente aleatório em sua reta final

A nove rodadas do fim da disputa, pelo menos cinco times sonham com o título

São Paulo definha e Brasileirão fica totalmente aleatório em sua reta final
Antes isolado na liderança, o São Paulo de Fernando Diniz viu rivais encostarem após dois tropeços consecutivos. Foto: São Paulo/Twitter

16 de dezembro de 2020. Naquela quarta-feira, o São Paulo recebia o Atlético-MG no Morumbi e batia a equipe visitante com um categórico 3 a 0. Àquela altura, a distância entre líder e vice-líder subiu para sete pontos. Na rodada seguinte, uma nova vitória tricolor, desta vez sobre o Fluminense, por 2 a 1, ratificou ainda mais a equipe de Fernando Diniz como candidata absoluta ao título do Brasileirão.

Mas os dez dias de descanso durante a passagem do ano parecem ter afetado o São Paulo. Nas duas rodadas pós-pausa foram duas derrotas. E algumas equipes, que pareciam longe da disputa pela taça, voltaram ao páreo. O caso mais emblemático é o do Internacional. Na 27ª rodada, quando o São Paulo derrotou o Fluminense no Rio, o Colorado era o quarto colocado, a nove pontos de distância do líder.

Porém, a vitória de ontem (10) sobre o Goiás, aliada ao tropeço do tricolor paulista contra o Santos no Morumbi, levou o Inter à segunda colocação, com 53 pontos, três a menos que o clube paulista.

Muito contestado após seu retorno ao Rio Grande do Sul, Abel Braga encontrou uma espinha dorsal e tem surpreendido muita gente. O crescimento de jovens atletas, como Praxedes e Caio Vidal, oxigenou o time que havia estagnado após a saída de Eduardo Coudet.

A instabilidade do líder também pode favorecer o Atlético-MG, hoje com 49 pontos. O Galo enfrenta nas duas próximas rodadas o RB Bragantino e o Atlético-GO, 13º e 12º colocados, respectivamente. Caso vença o clube de Bragança Paulista na noite de hoje (11), ficará a quatro pontos de distância da liderança, mas com um jogo a menos. 

O confronto contra o Atlético-GO, em casa, também é daqueles em que a palavra tropeço deve sumir do dicionário atleticano. Na mesma rodada, o São Paulo viaja a Curitiba para enfrentar o Athlético-PR, onde, historicamente, costuma ter dificuldades.

Cabe a Jorge Sampaoli e seus comandados reencontrarem o futebol de outrora e vencerem esses dois jogos. Apesar da colocação intermediária, Bragantino e Atlético-GO são duas equipes bem organizadas, que têm dado trabalho a outros gigantes do Brasileirão.

Com a mesma pontuação do Atlético-MG, aparecem Flamengo (4º) e Grêmio (5º). Ambos possuem um jogo a menos em relação ao São Paulo (justamente o confronto entre os dois), mas vivem momentos distintos. Enquanto o Grêmio não perde desde a 15º rodada, acumulando sete vitórias e seis empates durante este período invicto, o Flamengo vive momento de pressão.

Contratado em novembro, Rogério Ceni ainda não conseguiu fazer sua equipe jogar. O flamenguista, em sua maioria, não parece se importar com o curto período do lendário ex-goleiro à frente do clube e já faz enorme pressão no novo treinador. Sua demissão, por mais absurda que seja, está cada vez mais próxima. Embora tenha o melhor elenco do Brasil, o Rubro-Negro pode ficar pra trás na luta pelo título por conta do momento ruim.

E é dessa forma, com cada equipe imersa em sua própria realidade, que o fim do Brasileirão pandêmico se aproxima. A liderança ainda é do São Paulo, que fez por onde chegar ao topo da tabela, mas a definição do campeão se mostra cada vez mais indefinida.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

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