Fábrica Social do Instituto ITI gera emprego e renda para famílias itabiranas
O Programa Fábrica Social aposta na capacitação e qualificação de costureiras para fortalecer o setor econômico e social de Itabira e região
O Programa Fábrica Social, criado Instituto ITI, é um centro de formação produtivo, fundado com o objetivo de capacitar profissionalmente pessoas em situação de vulnerabilidade social. A ideia é reduzir a pobreza, por meio da inclusão produtiva, bem como assistir ao desenvolvimento sustentável e a autonomia financeira das pessoas por ele assessoradas.
Oriundo do projeto emergencial “Costurando pela Vida”, que nasceu em 2020, o Fábrica Social, até o momento, foi responsável pela fabricação de 95 mil máscaras de proteção hospitalar, regularizadas pela Anvisa, e 63 mil máscaras de tecidos que atendem os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além de 18 mil máscaras de tecidos para trocas solidárias e distribuição social.
Agora, o Instituto ITI está em busca de novos parceiros para fazer com que a Fábrica Social não pare. Com a obrigatoriedade do uso de máscaras, a instituição quer mostrar para empresas itabiranas, ou com atuação na cidade, que o Instituto ITI é uma alternativa eficiente como fornecedor desse novo equipamento de proteção individual.
Buscando fortalecer o setor econômico e social de Itabira e região, o Programa Fábrica Social surge apostando na capacitação e qualificação daqueles que atuam no projeto. O presidente do Instituto ITI, Ronaldo Silvestre, explicou que o programa prioriza a inclusão e desenvolve a economia circular, Além disso, se compromete em promover conexões entre seus alunos e os empresários.
Ronaldo Silvestre explica que o projeto aposta nas compras sociais, em que empresas adquirem máscaras produzidas no Instituto ITI e, desta forma, contribuem com a geração de renda e o desenvolvimento sustentável da região.
“Através dessa economia circular criamos novos caminhos para a diversificação econômica da nossa região. Por exemplo, uma empreiteira que venha para Itabira prestar algum tipo de serviço para a Vale, assumindo o compromisso de gerar alguns empregos diretos, criar alojamentos e comprar refeições para todos os funcionários, não precisará comprar máscaras em fábricas de outras localidades, como geralmente ocorre”, ponderou Ronaldo.
Geração de empregos
Segundo Ronaldo Silvestre, autonomamente, cerca de 50 mulheres trabalharam, durante 6 meses, para a maior parte da produção de máscaras. Ação que, principalmente considerando a pandemia do novo coronavírus, garantiu emprego e renda para inúmeras famílias.
“Todas as mulheres contratadas foram cadastradas como autônomas, o que nos permitiu pagar o INSS para cada uma delas. Mensalmente elas receberam em média R$1.200 pelos serviços prestados e uma ajuda de custo que variou entre R$100,00 e R$480”, disse Ronaldo.
Desde que 2021 começou, o Instituto não parou de receber currículos. Somente no mês de janeiro a empresa recebeu 75 novas solicitações de trabalho. A grande maioria de pessoas que trabalham informalmente e que não estão conseguindo se manter financeiramente. “É muito triste a realidade das mulheres que moram nas periferias de Itabira. A maioria sustenta suas casas e, quando começa a faltar comida para os filhos, o desespero bate em suas portas”, lamentou o presidente da instituição.
Atualmente, o Instituto ITI conta com um banco de espera de 168 currículos de pessoas aptas a trabalhar como autônomas da Fábrica Social, conforme explicou Ronaldo Silvestre. Além disso, há 490 inscrições à espera do retorno dos cursos profissionalizantes de costura e bordado ministrados pela instituição antes da pandemia começar.
Como o Instituto ITI atua
Com as vendas das máscaras, o Instituto consegue adquirir novos tecidos e aviamentos, bem como efetuar o pagamento das costureiras e comprar cestas de alimentos que são destinadas para entidades filantrópicas em Itabira e região.
Por ser uma Organização Não Governamental (ONG) com todas as certificações necessárias e adequadas, o Instituto ITI possui parcerias com tecelagens que vendem tecidos profissionais e de proteção. O que resulta em descontos nos valores dos insumos.
“Recentemente, a Siderúrgica Atlas comprou 200 máscaras e o valor total foi R$1.080,00. Gastamos R$330 só para comprar os materiais. Tivemos quatro costureiras envolvidas na produção, cada uma produziu 50 máscaras e recebeu R$100, totalizando mais R$400. Por fim, com os R$350 restantes, investimos na compra de alimentos para montar as cestas básicas que iremos doar para o Padre João Batista, responsável pela Paróquia Santo Antônio, no bairro Gabiroba”, esclareceu Ronaldo.
Instituto ITI
O Instituto ITI (Igualdade, Transformação e Inovação Social) é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 2009. Funciona como centro de convergência para o fortalecimento das aptidões locais, com projetos focados na geração de renda e no desenvolvimento sustentável do terceiro setor.
Com a missão de criar, qualificar e transferir tecnologias sociais, orientadas ao desenvolvimento humano, atua no território nacional por meio do fortalecimento da economia criativa, das redes sociais e educativas, da autonomia produtiva, do protagonismo cultural das comunidades, da valorização dos recursos naturais e da biodiversidade de cada região.