Número de fura-filas vacinados pela Secretaria Estadual de Saúde ultrapassa o de 712 cidades

Assunto tem causado polêmica e custou a demissão do secretário de saúde do estado

Número de fura-filas vacinados pela Secretaria Estadual de Saúde ultrapassa o de 712 cidades
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Oitocentos e seis (806). Este foi o número de servidores da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais vacinados contra a Covid-19. Além de causar muita polêmica, o número chama a atenção para outro fator: a SES-MG aplicou mais doses do que 712 municípios do estado. O levantamento foi feito pelo site O Tempo.

Caso a pasta também tenha aplicado a segunda dose nos servidores, ela ocuparia o 72º lugar no ranking dos municípios mineiros imunizados, entre Lagoa da Prata (824) e Piumhi (783).

A vacinação dos “fura-filas” causou muita revolta entre a população e no meio político de Minas Gerais. Tanto que o secretário estadual de saúde, Carlos Eduardo Amaral, foi demitido pelo governador Romeu Zema (Novo) na noite de ontem (11). Em sua defesa, ele disse que não enxergou o ato como ilícito e que o Plano Nacional de Imunização (PNI) não discrimina quais trabalhadores de saúde devem ser vacinados.

CPI da vacinação

Nesta quinta-feira (11), a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar irregularidades na campanha de vacinação contra a covid-19. O presidente da Casa, deputado Agostinho Patrus (PV), deferiu requerimento assinado por 39 parlamentares.

A CPI terá prazo de 120 dias para investigar o desvio de recursos na imunização de grupos não prioritários. Também fazem parte do escopo da investigação “o baixo investimento em ampliação de leitos para enfrentamento da pandemia em Minas e a não aplicação do mínimo constitucional em serviços públicos de saúde”. “Vamos investigar a fundo esses que se entendem como privilegiados em passar à frente na vacinação. Neste momento de pandemia, é um dos crimes mais graves”, afirmou Agostinho Patrus, durante instalação da CPI.

Na segunda-feira (8), o Ministério Público de Minas Gerais informou que abriu inquérito para apurar os casos de vacinação dentro da SES.