Evolução nos últimos jogos é o combustível do Cruzeiro para o clássico
Embora os últimos adversários tenham sido fracos, é possível perceber uma melhora na equipe de Felipe Conceição
Após um início de temporada instável e muita desconfiança da torcida, o Cruzeiro, finalmente, conseguiu encaixar duas vitórias seguidas e trouxe um pouco de tranquilidade à Toca da Raposa. Mais do que os seis pontos conquistados contra Boa Esporte e Coimbra, traz alívio ao cruzeirense ver uma notória evolução do time em seus dois últimos compromissos.
Agora, o clássico a ser jogado no domingo contra o Atlético-MG já não parece tão desigual como sugeria. Mantendo este bom nível de organização e corrigindo algumas falhas pontuais, o Cruzeiro pode fazer confronto mais equilibrado contra o favoritaço rival, líder do estadual.
Dentre todos os aspectos que evoluíram desde o último domingo (4), destaco o sistema ofensivo da Raposa. A equipe tem atuado mais agrupada em campo, com boas triangulações surgindo, especialmente, pelo setor direito. Cáceres, Matheus Barbosa e Bruno José tem feito boas combinações por aquele lado, alternando posições e trocando passes de maneira mais veloz.
Bruno José, em específico, cresceu de produção e se tornou o jogador mais perigoso do ataque cruzeirense. Matheus Barbosa, que vinha sendo constantemente questionado por boa parcela da torcida, está mais solto em campo e justifica sua titularidade.
Na frente, Sobis ainda continua aquém do futebol da última temporada, mas tem jogado mais em relação ao início de 2021. Por outro lado, um jogador que melhora a cada partida é Adriano. Ontem, na humilde opinião deste que vos escreve, foi o melhor em campo. O jovem volante continua crescendo em todos os aspectos: marcação, leitura dos espaços, passe. É o dono do meio campo.
Porém, nem tudo são flores. A conclusão das jogadas continua sendo o calcanhar de aquiles do time comandado por Felipe Conceição. Em algumas partidas, contra adversários mais fracos, isso pode não fazer diferença. Mas em um clássico, é algo imprescindível. A lateral esquerda também segue manca. Alan Ruschel possui passagem tenebrosa até aqui e Matheus Pereira parece ter esquecido o futebol jogado ao subir para os profissionais, quando a pressão era muito maior.
Outro que chama atenção é Marcinho. Contratação muito bem aceita pela torcida, o meia, ex-Sampaio Corrêa, está longe de entregar tudo que se espera dele. Em vários momentos, parece disperso em campo, atrasando as jogadas. Na recomposição, ajuda muito pouco.
Não duvido que seja sacado dos titulares no domingo, sendo colocado em seu lugar o recém-chegado Rômulo. O meio campista/lateral, com longa trajetória no futebol italiano, entrou bem nos dois últimos jogos e deu a assistência para o gol de Felipe Augusto na tarde de ontem (7).
E é entre dúvidas e certezas, melhoras e decepções, que o Cruzeiro se prepara para domingo. Apesar da evolução, entrará em campo como potencial zebra diante do rival. Mas a fase é boa. Tão boa que o presidente do clube, que andava sumido nos últimos dias, voltou a dar as caras ao final da partida de ontem, abraçando o treinador ainda no campo. Parafraseando o poeta: uma situação pífia e patética.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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