Coronavírus: Metabase intensifica cobrança de mineradoras para conter aumento dos casos

O sindicato criou um setor para receber denúncias de descumprimento de protocolos; presidente defende compra de vacinas pela iniciativa privada

Coronavírus: Metabase intensifica cobrança de mineradoras para conter aumento dos casos
Foto: Metabase
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O Sindicato Metabase de Itabira e Região mobilizou um departamento exclusivo para receber denúncias de descumprimento dos protocolos de prevenção à Covid-19 nas empresas mineradoras, ressalta o presidente André Viana Madeira. Segundo o dirigente, o setor funciona como uma ouvidoria, registrando os problemas apresentados pelos funcionários e definindo um cronograma de resolução, para que o denunciante não fique sem resposta.

O Metabase mantém o disque-denúncia 0800-283-1766, com garantia de sigilo. As rotinas de fiscalização são reforçadas pelos diretores sindicais que estão na ativa, atuam nas minas e participam presencialmente dos procedimentos de controle.

Dado o aumento expressivo dos casos de Covid-19 depois de novas variantes do coronavírus serem identificadas, André Viana disse que está intensificando, junto às mineradoras, as ações de prevenção ao Sars-Cov-2. O sindicalista tem se reunido por meio de videoconferências com as empresas para tomar ciência de todas as ações aplicadas e o cumprimento das acordadas.

“Recentemente a Vale, Bemisa e Belmont/Canaã atenderam, em dias diferentes, uma convocação do sindicato para esclarecer os itens que estava adotando com os trabalhadores. Os representantes das empresas apresentaram relatório de todas as ações que, como eu disse, são intensamente fiscalizadas pelos diretores que estão na ativa”.

Entre as principais denúncias feitas por empregados ao sindicato estão aglomerações na chegada e saída do trabalho e até cobrança excessiva por desempenho. “Essa cobrança é devido aos trabalhadores que estão em casa por pertencerem ao grupo de risco. A chefia cobra insistentemente pela manutenção da produção, fazendo com que o trabalhador tenha que se desdobrar, levando-o ao cansaço extremo”, pontua André.

Terceirizadas

O Metabase endureceu o tom contra as terceirizadas. Centenas de trabalhadores chegam à região em função de obras nas plantas da Vale, por exemplo. “Infelizmente há um desleixo por parte de algumas empresas terceirizadas (contratadas). Defendemos que as ações implantadas pelas empresas contratantes sejam acatadas pelas empresas que prestam serviços terceirizados. Dentro das minas não existe cor de camisa, de uniforme. Dentro das minas são todos trabalhadores, pais de famílias, infelizmente expostos aos riscos do contágio e o pessoal das terceirizadas não pode estar ainda mais exposto que outros, por causa da ingerência de sua empresa”, disparou.

André lembra que a responsabilidade pelos atos das terceirizadas vem de quem contrata. “A função do gestor de contratos é, entre outras atribuições, verificar o devido cumprimento das cláusulas contratuais e obviamente, zelar para que o risco de contágio entre trabalhadores seja o menor possível”.

Vacinas

A Câmara dos Deputados aprovou em 6 de abril o texto-base do projeto de lei 948/21, que libera a compra de vacinas contra a Covid-19 pelas empresas para imunizar funcionários. A análise foi concluída no dia seguinte, o texto segue para o Senado e, depois de aprovado, precisará de sanção presidencial para entrar em vigor.

A legislação atual já autoriza o setor privado a negociar diretamente com farmacêuticas, mas as doses precisam ser doadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) até que todo o grupo prioritário esteja vacinado.

André defende a compra dos imunizantes pelas mineradoras. “Ela (vacinação) irá acelerar a imunização dos trabalhadores e salvar vidas. Por que esperar se podemos adiantar o processo de vacinação? Ou seja, as empresas têm capital para comprar o material, mais barato que os testes de identificação do vírus. Elas (empresas) poderão adquirir, respeitando as regras da lei e garantir tranquilidade, não apenas aos funcionários, mas aos seus familiares e até amigos”.

O presidente enfatizou que a aquisição das vacinas é mais uma etapa na luta contra o vírus, pois, “além de cooperar com o governo federal, vai possibilitar a entrada de mais imunizantes no país”.