Prefeitura lança exposição e documentário sobre comunidades quilombolas de Itabira
Produções foram divulgadas em um evento no fim da tarde de hoje
No fim da tarde desta quinta-feira (30), a Prefeitura de Itabira lançou uma exposição fotográfica e um documentário voltados às comunidades quilombolas da cidade. Compareceram à sede do Executivo Municipal moradores das comunidades do Capoeirão e do Morro de Santo Antônio, além de alguns membros do governo. Vice-líder do Governo na Câmara, Bernardo Rosa (Avante) também esteve no mezanino da Prefeitura.
Com o protagonismo dos moradores locais, tanto a peça fotográfica quanto o documentário contaram, por meio de imagens e depoimentos, um pouco da história das duas comunidades quilombolas oficiais do município. Também houve, durante o evento, apresentações da Guarda de Marujos de Itabira. Segundo a diretora da Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de Itabira, Nyara Crispim, as atividades integram a quarta jornada do patrimônio histórico de Minas Gerais. Elas também deverão ser apresentadas durante a Semana de Consciência Negra.
Em seu pronunciamento, Nyara ressaltou que a exposição é uma forma de preservar a memória das comunidades quilombolas da cidade.
“É primordial produzir um acervo dessas comunidades tradicionais que fazem parte do patrimônio de Itabira. Então é importantíssimo que a gente tenha memórias e a exposição tem que trazer isso: identidade e memória. E declarar nossa existência, dizendo ‘somos quilombolas, estamos aqui, o povo negro está aqui. Temos nossas raízes, nossa cultura’. E eu agradeço às pessoas que participaram, que entraram de cabeça nesse projeto”, declarou.
Representante do Capoeirão, o jovem Jonathan Ferreira afirmou que tanto sua comunidade, quanto o Morro de Santo Antônio possuem algo muito importante na história itabirana: a força e a ancestralidade.
“A data de hoje inaugura para nós, além da nossa luta e resistência, a nossa visibilidade enquanto povo que ajudou a construir a nossa história. As comunidades quilombolas têm algo muito importante, que são a sua força e sua ancestralidade. A palavra que deveríamos deixar aqui hoje é de sensibilidade por meio da arte. Representar o povo quilombola é falar da nossa luta e da nossa resistência. É tempo de mostrar que nós estamos aí, nos nossos cantinhos enquanto povo quilombola, mas mantendo vivas nossas tradições e nossa cultura”, disse.
Pauta de encontro em Brasília
O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB), esteve no evento. Segundo o chefe do executivo municipal, as comunidades quilombolas foram tema, inclusive, de uma viagem realizada à Brasília há algumas semanas.
“Há duas semanas, saí daqui e fui para Brasília só para discutir no Ministério da Cidadania o tema das comunidades quilombolas de Itabira. Para buscar recurso para a produção rural, para a educação e saúde das comunidades quilombolas. Além da nossa Diretoria de Igualdade Racial, que é muito importante na formulação das políticas públicas de igualdade racial sólidas na nossa cidade, mas tmabém os investimentos que a gente precisa fazer nas comunidades quilombolas de Itabira, seja as oficiais (Capoeirão e Morro de Santo Antônio), seja as outras que são muitas vezes desassistidas e esquecidas pelo poder público”, afirmou.
Após a realização dos discursos, integrantes das comunidades assistiram ao documentário feito pela equipe de comunicação da Prefeitura, chamado “Quilombos de Itabira: Entre Causos e Estórias”. Com pouco mais de 12 minutos, a produção está disponível no canal oficial do executivo municipal no YouTube e você pode assisti-la clicando aqui.