Arte e literatura: próxima edição do Flitabira já está sendo planejada
No último domingo (31), chegou ao fim o primeiro Festival Literário Internacional de Itabira. Porém, o Flitabira 2022 já começa a ser desenhado
Durante os cinco dias do Festival Literário Internacional de Itabira (Flitabira), o público pode assistir apresentações culturais e musicais, além de participar de lançamento de livros e assistir a debates importantes sobre literatura e Carlos Drummond de Andrade. O evento causou boa impressão e animou o itabirano — que aguarda com expectativa a segunda edição, em 2022, quando celebrará os 120 anos de Drummond e o centenário do escritor português José Saramago.
Apoiado pela Prefeitura de Itabira e Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA) com patrocínio do Instituto Cultural Vale, o festival foi idealizado pelo jornalista Afonso Borges e aconteceu na Praça do Centenário. Ao todo, 29 escritores itabiranos tiveram a oportunidade de lançar obras e mediar rodas de conversas.
Além disso, foi possível fazer um mergulho na história do Brasil com a imersão proposta pela Carreta Museu da UFMG, que ficou estacionada em frente a Casa de Drummond. Para o prefeito Marco Antônio Lage, o Flitabira superou as expectativas por se tratar de um piloto, evento de aquecimento para entender a dinâmica do festival na rua e aceitação do público.
“Tudo superou as expectativas: a qualidade do evento, a montagem, o público participante, que compareceu de forma encantadora, os espetáculos, a interação com a educação e geração de negócios na cidade. Com isso, estamos preparados para o ano que vem, tudo dentro da dinâmica de um evento que Itabira merece” afirmou Marco Antônio Lage.
Segundo o prefeito, a promessa é que ano que vem seja o momento de internacionalização do festival e, por isso, a união de Saramago e Drummond , dois escritores universais. “Queremos um evento que definitivamente entre no calendário dos turistas e itabiranos que gostam de cultura e literatura. Dessa forma, teremos ainda mais orgulho de Itabira”, completou.
Afonso Borges, idealizador do Flitabira, também fez um balanço positivo da repercussão do evento. “ Tudo deu certo, essa intensidade de ser presencial e online, com noite de autógrafos, teatro e gastronomia. Deu certo desde a forma agradável e receptiva que os itabiranos receberam o Flitabira. Meus olhos e meus pensamentos estão focados para o ano que vem. Aproveitamos todas as experiências que aprendemos aqui e muito obrigado à população de Itabira e Instituto Cultural Vale”, reforçou o jornalista.
Com a oportunidade de encerrar o festival e comemorar os 119° anos de nascimento de Carlos Drummond de Andrade, o artista plástico itabirano, Genin Guerra, lançou o seu livro “Solo, álbum das glórias musicais”, resultado de 10 anos de trabalho.
“Para mim é uma honra, primeiro por eu ser itabirano e segundo por ser o aniversário do poeta. Torço para que continue firme e forte esse festival! Meu livro traz cerâmicas caricaturais de pessoas que realmente admiro na Música Popular Brasileira. Foram 10 anos de trabalho”, destacou o artista.
Participantes ilustres
O Flitabira contou com a participação do escritor e neto de Carlos Drummond de Andrade, Pedro Drummond, e da atriz e escritora Bruna Lombardi. Ambos lançaram livros durante a programação do festival. Segundo Pedro Drummond, o evento confirmou a vocação natural da cidade, berço da literatura. “Para mim, estar em Itabira sempre foi uma emoção. Tive o privilégio de ter tocado o sino Elias, ouvi um som que faz parte de Itabira há mais de um século, que meu avô ouvia quando era criança e isso me comoveu profundamente” relatou Pedro.
Ainda, conforme o neto de Drummond, é muito comovente ver o carinho que as pessoas têm pelo poeta até hoje. “Carimbei o livro do meu avô com um carimbo que mandei fazer com a dedicatória do Carlos, que se adapta às circunstâncias de hoje. Na falta, faço isso com a letrinha e autocaricatura dele”, afirmou.
Bruna Lombardi também demonstrou entusiasmo com a iniciativa e reiterou que festivais como esse fazem muito bem para a cidade, para a poesia e memória de Drummond. “Estar aqui me fez pensar em várias ideias! Vi, por exemplo, que poderia ter na cidade uma rua só com poesias e cafés, com poemas escritos na parede para que as pessoas possam tirar fotos e ler. Além de promover festivais literários como este para que realmente haja um movimento cultural que estimule novos talentos”, disse Bruna.
O evento seguiu os protocolos sanitários que garantiram a segurança do público diante do cenário da pandemia da Covid-19 e ainda apresentou o Selo Evento Seguro do Governo do Estado de Minas Gerais.