Prefeituras da Região Metropolitana querem proposta alternativa para o Rodoanel
Projeto sugerido pelo governo de Minas Gerais não agradou os municípios da região
O projeto do Rodoanel Metropolitano foi apresentado pelo Governo de Minas Gerais no fim do mês de outubro e, segundo o governo, promete contribuir com a mobilidade da Região Metropolitana e “ser uma solução para a tragédia que é o atual anel rodoviário”. Porém, o projeto não agradou as Prefeituras da região, que tentam mudar o projeto inicialmente proposto.
Nesta última quinta-feira (4), prefeitos da região do Médio Paraopeba e da Grande Belo Horizonte se reuniram em uma audiência pública na Prefeitura de Betim, para realizar debate sobre uma proposta alternativa à do Governo em relação ao Rodoanel Metropolitano.
O projeto do governo de Minas Gerais não agradou muitas cidades da região que serão afetadas, sendo elas: Betim, Contagem, Igarapé, Sarzedo, São Joaquim de Bicas, Mário Campos, Esmeraldas, Brumadinho, Ibirité e Ribeirão das Neves.
Insatisfação
Segundo os prefeitos da região, o projeto do governo pode resultar em impactos irreversíveis tanto no aspecto ambiental, quanto social, uma vez que a obra vai afetar bairros já consolidados, com a desapropriação de milhares de imóveis, principalmente nas cidades de Betim e Contagem, as maiores da Grande Belo Horizonte.
Um dos pontos de debate é o traçado do rodoanel que pretende cortar o município de Betim ao meio, gerando um novo ponto de estrangulamento do trânsito já pesado das BRs 381 e 262 e, ainda, na região da Área de Proteção Ambiental (APA) Várzea das Flores – localizada na divisa entre Betim e Contagem.
O prefeito de Betim, Vittorio Medioli, pensa em um projeto alternativo em relação ao do governo.
“Vamos propor um projeto moderno que prevê três pistas e outras benfeitorias complexas, com trânsito rápido e eficiente, acessos diretos e ausências de interseções. Nosso projeto contempla ainda aspectos econômicos e sociais, com a redução nos custos de desapropriações e o baixo impacto social. Serão criadas interligações entre as rodovias 381, 262 e 040, que atrairão investimentos, diversificarão o parque logístico e também preservarão o meio ambiente”, destacou o prefeito de Betim.
A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), também esteve presente na audiência e afirmou que o projeto do Estado pode ter grande impacto na Várzea das Flores, responsável pelo abastecimento de parte da Região Metropolitana.
“A gente precisa encontrar uma solução para o Anel Rodoviário, mas não podemos criar outro problema, cortando Betim e Contagem. A concepção do Rodoanel é contornar as cidades, e não passar pelo meio delas. Por isso, as cidades se reuniram por um alternativa de traçado para não impactar negativamente o social e o ambiental. Na proposta do Estado, o traçado do Rodoanel divide a APA Várzea das Flores. A mudança que o Estado fez, até agora, não atende à nossa expectativa”, afirmou Marília.
Proposta das Prefeituras
O projeto dos municípios se trata de um traçado maior ao do Estado, em 12 km, mas, passando por fora das cidades, o que reduz os custos e diminui problemas com desapropriações dos bairros da região. Além disso, os municípios também querem poupar possíveis impactos na Várzea das Flores, evitando que o Rodoanel passe por dentro da unidade de preservação.
Uma ata da audiência, contendo a assinatura dos prefeitos, será encaminhada ao governo do Estado.
Novas conversas
A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) propôs a todas as prefeituras novas conversas de alinhamento ao longo do período de consulta pública. Novas audiências públicas para oitiva da população foram agendadas para 24 e 25/11.