Polícia Civil indicia bombeiro militar suspeito de tentar matar jovem

Caso ocorreu em outubro, no bairro São José, em Montes Claros

Polícia Civil indicia bombeiro militar suspeito de tentar matar jovem
Foto: Polícia Civil/Divulgação

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apresentou, durante coletiva de imprensa nessa quinta-feira (16), informações sobre a conclusão do inquérito policial instaurado para apurar uma tentativa de homicídio envolvendo um bombeiro militar. O crime ocorreu no dia 27 de outubro, no bairro São José, em Montes Claros.

O suspeito, um sargento do Corpo de Bombeiro Militar, teria desferido nove tiros na vítima, um jovem, de 21 anos, no interior de um bar. O crime foi filmado por câmeras de segurança do estabelecimento comercial e por pessoas que estavam no local no momento dos fatos.

Para apurar o delito, foi instaurado um inquérito policial pela Delegacia Adjunta de Repressão a Crimes contra a Vida. Durante as diligências, os policiais civis verificaram que a vítima teria trocado mensagens íntimas com a filha do suspeito, cerca de quatro anos atrás. Na época, a menina tinha 10 anos, e a vítima, 17.

O jovem teria contado para amigos em comum com os familiares da menor sobre as fotos, episódio que chegou ao conhecimento dos pais dela, que decidiram não registrar ocorrência.

O dia do crime

Sobre a dinâmica no dia do crime, o delegado Bruno Rezende explicou que, durante a noite, o suspeito estava com a família em um bar e a filha dele avistou a vítima no local. O investigado decidiu conversar com o jovem e uma discussão foi iniciada entre eles. “A discussão ficou mais acirrada entre a esposa do suspeito e a vítima. Nesse momento, o bombeiro desferiu um soco no jovem, que se levantou da mesa e foi em direção ao banheiro”, explicou.

O investigado foi atrás da vítima e efetuou vários disparos. Foi realizado exame de corpo de delito, o qual apontou nove ferimentos por entrada de arma de fogo na vítima, inclusive na região lombar. O jovem foi socorrido em um hospital da cidade e permaneceu internado por várias semanas.

O bombeiro deixou o local com a família e não foi localizado. No dia seguinte, se apresentou na Delegacia de Homicídios, onde prestou declaração e entregou a arma utilizada por ele, uma pistola calibre 9mm. A esposa do suspeito e a filha dele também foram ouvidas na unidade.

Investigações

Resende informou que o investigado alegou que agiu em legítima defesa, estratégia que não se sustentou, em virtude dos depoimentos prestados e das imagens recolhidas do local. “Ele teve várias oportunidades para parar com as agressões e descarregou a arma em direção ao jovem, inclusive quando a vítima estava de costas”, afirmou o delegado.

No inquérito policial, foram formalizadas 19 oitivas, entre elas da vítima, com juntada de laudos e outros levantamentos. Resende esclarece que apresentou ao Poder Judiciário pedido para a decretação da prisão temporária e, depois, representou pela preventiva do suspeito, mas a Justiça deferiu medidas restritivas distintas da prisão.

Participou da coletiva o comandante do 4º Cob do Bombeiro Militar, tenente-coronel Fernando Augusto Alves Ferreira. Ele informou que remanejou o bombeiro para exercer função interna. Esclareceu ainda que os fatos estão sendo apurados na seara administrativa da corporação e aguardam a sentença judicial sobre o caso.

A PCMG concluiu a investigação e indiciou o suspeito por homicídio triplamente qualificado na forma tentada. O inquérito policial foi remetido ao Poder Judiciário no início deste mês.

*Com informações da Polícia Civil de Minas Gerais