Prefeitura de Itabira fechará duas escolas rurais e anúncio esquenta debate na Câmara

O assunto dividiu vereadores na reunião ordinária. Líder do governo, Allaim Gomes (à dir.) defendeu medida; Reginaldo (à esq.) criticou falta de investimentos na zona rural

Prefeitura de Itabira fechará duas escolas rurais e anúncio esquenta debate na Câmara

O fechamento de duas escolas públicas em localidades rurais de Itabira esquentou o debate entre vereadores de oposição e governistas durante a reunião desta terça-feira, na Câmara. A Secretaria Municipal de Educação informou que duas escolas, nas comunidades do Candidópolis e Turvo, serão fechadas em função do baixo número de alunos.

As duas instituições oferecem da educação infantil ao 5º ano do fundamental. O fechamento consta em um ofício assinado pelo secretário de Educação de Itabira, José Gonçalves, enviado à Câmara na semana passada. Conforme o documento, os alunos do Candidópolis serão remanejados para o Barreiro; e alunos do Turvo irão para a escola da comunidade de Duas Pontes.

A baixa de alunos nas duas escolas é contínua observando pelo menos os últimos sete anos. E, além da queda no número de matriculados, há também o custo da manutenção das escolas citadas. Na escola municipal do Candidópolis, o total de alunos caiu de 98 em 2010 para 43 em 2017. Já na Escola José Custódio, no Turvo, há 22 estudantes neste ano. Em 2010, o Turvo tinha 54 alunos matriculados.

O vereador Reginaldo Santos (PTB) introduziu a discussão sobre o tema. Segundo o petebista, apesar de a Secretaria de Educação informar o fechamento das duas escolas, há outras três na berlinda: a dos povoados de Machado, Bom Jardim e Duas Pontes.

Na avaliação do parlamentar, a queda do número de alunos é um reflexo do baixo investimento em infraestrutura e segurança na zona rural. Ele afirma também que a situação precária das estradas rurais vai inviabilizar a viagem dos alunos que forem remanejados durante o período de chuva. “Há alternativas para reduzir custos e não fecharmos as escolas. Tentamos mostrar ao governo que esse não é caminho. Precisamos investir em educação e não o contrário”, ressaltou, à imprensa.

O opositor lembrou da construção de outros espaços que se tornaram “obras públicas caras e abandonadas”. “Na Serra dos Linhares há um prédio que custou, pelo menos, R$ 200 mil, e está abandonado. Com o fechamento das escolas serão mais espaços públicos abandonados”. Uma das sugestões dele para cortar gastos na Secretaria de Educação é a instalação de uma Junta Médica para avaliar professores com licença no município e que trabalham para o Estado.

Weverton Vetão (PSB) fez coro a Reginaldo e criticou a descontinuidade "reiterada" de serviços pela Prefeitura – como o da Casa de Apoio em Belo Horizonte -, sob a alegação de enxugar gastos.

Não concordaram

O presidente da Câmara, Neidson Freitas (PP), defendeu a medida do governo de desativar as escolas diante da falta de alunos. “Se não há alunos, não há como manter as escolas”. Ele atribuiu a questão a um processo “natural”. “Isso é gestão”, disse, citando a adequação proposta pelo governo em remanejar os poucos estudantes para outras instituições.

André Viana (PTN) subiu o tom contra Reginaldo e Vetão. “Não podemos politizar todos os atos de gestão”, disparou. Paulo Soares (PRB) endossou a crítica à “incoerência” do “bater por bater” de opositores.

Fechamento de escolas rurais esteve entre os temas da reunião ordinária desta terça-feira. Foto: Wesley Rodrigues/DeFato

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