Sai a Covid, entram a inflação e o conflito Rússia x Ucrânia. Como ficam os preços?

Inflação e o Conflito impactam os preços internos e não há como fugir

Sai a Covid, entram a inflação e o conflito Rússia x Ucrânia. Como ficam os preços?

Após praticamente três anos seguidos (2020, 2021 e 2022) com as economias sendo afetadas pela Covid-19, seria natural que houvesse impactos na inflação de praticamente todas as economias do mundo.

Tal fato está sendo visto nos países da América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia. Existem diversas explicações para o fato, no entanto, para que as economias não parassem durante muito dinheiro foi criado e despejado nos mercados para a manutenção do consumo e não deixando os mecanismos pararem.

No Brasil vimos isso, por meio das ajudas dadas pelo Governo Federal aos diversos setores produtivos por meios de linhas de crédito, prorrogação de recolhimento de impostos enquanto que para as famílias foram cedidos os diferentes auxílios dentre outros.

Passada a pior fase, os preços passaram se elevar em uma tentativa de retomada das economias, e o dinheiro que foi colocado na economia precisou ser retirado de circulação devido a inúmeros fatores. Dentre esses fatores, pode-se destacar a necessidade de justamente frear o consumo e para fazer com que os preços se estabilizem em um primeiro momento e recuem em um segundo momento.

Diversas ações têm sido feitas para retirar moeda de circulação, tais como o aumento da taxa de juros, lembrando que na semana passada a Selic foi elevada para 11,75%aa, assim bem como o depósito compulsório que atualmente está em 20%. Esse último, retirou aproximadamente R$ 40 bi de moeda em circulação.

Não bastasse o esforço para superar os efeitos da Covid-19, em fevereiro, iniciou-se um conflito entre Rússia e Ucrânia e como viemos em uma economia globalizada, os efeitos sobre os preços foram sentidos quase que simultaneamente. Semana passada, devido à variação acumulada no preço do barril do petróleo associado à variação do dólar, os preços dos combustíveis aumentaram e foram repassados rapidamente nos postos de combustíveis.

Vivemos em uma economia sustentada pelo transporte rodoviário e, logo, muitos preços subirão (principalmente a cesta básica) por causa do aumento do frete e reposicionamento das margens da cadeia produtiva. Infelizmente, trata-se de uma situação onde se ficar o bicho pega e se correr o bicho come.

Aos empresários e empreendedores, inicialmente não restarão muitas alternativas que não seja o repasse de preços e revisão dos custos e despesas envolvidos nos respectivos negócios para passar por mais essa turbulência e torcendo para não haver escassez de produtos.

No entanto, somos brasileiros e não desistimos nunca.

Marcelo Silva Ângelo Ferreira, Doutor e Mestre em Administração de Empresas, Professor na UNIFUNCESI, Pesquisador e Empreendedor no Segmento de Serviços. Siga no instagram: marcelosilvaangeloferreira

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