Uma nova saúde para Itabira
Artigo publicado na revista Saúde e Bem-estar
Assumo com muita responsabilidade o desafio de conduzir a Secretaria Municipal de Saúde de Itabira. Entendo que é fundamental propor para os munícipes uma gestão eficiente e capaz. Isso significa manter uma equipe atenta e tecnicamente competente para avaliar e promover boa governança dos recursos disponíveis para saúde pública. Como médica, especialista em Medicina de Família e Comunidade; e mestre em Promoção da Saúde e Prevenção da
Violência pela UFMG, contribuirei para iniciarmos processos técnicos a fim de atingir esse objetivo, além de aperfeiçoar e potencializar os equipamentos já existentes.
O desafio, entretanto, é complexo. Ressalto que ter saúde não significa apenas a ausência de doenças, como diabetes ou pneumonia. Saúde é muito mais que isso! O conceito ampliado de saúde, defendido desde a Conferência Internacional de Alma Ata, em 1978, implica no entendimento de que o adoecimento é um processo sensível a fatores sociais, como escolaridade, desemprego, saneamento básico, moradia, lazer e acesso ao meio ambiente seguro.
No que tange às especificidades da Secretaria Municipal de Saúde, são necessárias estratégias para contornar os déficits crônicos, acentuados pela pandemia da Covid-19, no atendimento à população.
Com esse intuito, nossa equipe realizou uma avaliação global do cenário da saúde do município, incluindo não apenas os serviços e suas respectivas demandas, mas também os fluxos existentes. Foram identificados três
principais eixos iniciais de ação e trabalho, que envolvem a reorganização dos níveis de atenção, a modernização dos processos de saúde e o fortalecimento da atenção primária.
Redimensionar as equipes de Saúde da Família e investir na atenção secundária são algumas das propostas para melhorar a execução dessas tarefas. Outra importante medida é a informatização dos processos da saúde, como a
regulação de consultas e marcação de exames, o que trará agilidade à metodologia dos nossos equipamentos, evitando assim desperdícios.
Para o fortalecimento da atenção primária já foi criado um índice de vulnerabilidade social, que servirá como base para o cálculo e planejamento de uma nova territorialização e construção de novas unidades básicas de saúde, que além de atender áreas hoje descobertas, serão mais resolutivas e equipadas. Contudo, para que os três eixos funcionem bem e em sintonia com o serviço de urgência e emergência não há dúvidas de que é necessário atrair
mais profissionais para a área da saúde, principalmente médicos.
Eficiência administrativa e o compromisso com a saúde e com a população de Itabira são os marcos que guiam nossa equipe. Há muito trabalho em frente, Vamos juntos!
Dra. Clarissa Santos Lage é médica, especialista em Medicina de Família e Comunidade, Mestre em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência e Secretária Municipal de Saúde de Itabira.
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