Aécio Neves confirma palanque com Ciro Gomes em Minas: “há uma articulação em curso”.
Declaração foi dada em entrevista à DeFato Online nesta semana
Em entrevista à DeFato na última segunda-feira (25), o deputado federal Aécio Neves (PSDB) confirmou a articulação de uma aliança entre seu partido e o PDT, de Ciro Gomes, em Minas Gerais. Os rumores se iniciaram há algumas semanas e chegaram a esfriar, após o atual candidato à presidência da República pelo partido fundado por Leonel Brizola dizer que não pretendia ter contato com o ex-governador mineiro.
Aécio Neves, no entanto, afirmou à DeFato que as duas siglas deverão dividir palanque em um dos principais colégios eleitorais do país. “Há, sim, uma articulação em curso, nos últimos dias do prazo para as convenções partidárias, para que PSDB e PDT caminhem juntos em Minas Gerais”, declarou.
Sobre Ciro Gomes, o atual deputado federal admitiu um afastamento recente, mas enfatizou que ambos possuem pontos em comum. Um deles as críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT).
“O Ciro já foi um amigo muito próximo, depois nos afastamos, ele tem seu temperamento que é conhecido e talvez até o atrapalhe um pouco. Mas é um homem de convicções, um homem de bem, e é a aliança que hoje conseguimos construir para ampliar o tempo também de participação do Marcos Pestana nessa eleição. E temos alguns pontos de convergência. Ele, como eu, é muito crítico a posicionamentos históricos que o PT teve ao longo de sua vida. Eu dizia, em minha campanha contra a Dilma, que em todos os momentos da história do país em que precisou optar pelo Brasil e o PT, o PT ficou com o PT”.
Logo após, o tucano lamentou o fato do seu partido não lançar nenhum candidato à corrida pela presidência da República, algo inédito desde a redemocratização do país, em 1988.
“O que eu lamento profundamente é que o PSDB tenha abdicado de lançar uma candidatura à presidência da República que poderia, na minha avaliação, estar disputando hoje um lugar no segundo turno. Com chances, inclusive, de vencer essa polarização entre os dois extremos colocados. Infelizmente, fui voto vencido no PSDB, espero que possamos retomar o comando do partido logo após as eleições para que equívocos como este não ocorram”, pontuou.
“E não é nem por ausência de nomes. Tínhamos, por exemplo, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, um homem qualificado, jovem, com uma agenda nova pro Brasil, com um governo extremamente reconhecido e exitoso no seu estado. Acho que ele poderia buscar apoio nos dois campos, porque infelizmente estamos caminhando para ter uma eleição decidida por quem tem menos não. De um lado, temos uma fatia dos eleitores que não querem o Bolsonaro e votam no Lula. E outra que não querem mais o Lula e vota no Bolsonaro. e esse pedaço pensante do país que não quer nenhum dos dois? Não tem alternativa no momento”.
Além do maior tempo de campanha concedido à Pestana, Aécio também cita a indisposição do MDB em se aliar ao PSDB como outro argumento para a coligação com o PDT de Ciro Gomes. Ele também criticou o apoio da sua sigla à candidatura de Simone Tebet, uma das opções da chamada “terceira via” da corrida eleitoral.
“E a partir do momento que o PSDB é levado a fazer uma aliança com o MDB da senadora Simone, que é uma figura extraordinária mas que não tem o apoio do próprio partido. Um momento que o MDB não trabalha sua candidatura com a seriedade que deveria trabalhar e opta por não coligar-se com o PSDB aqui, é natural que possamos abrir nosso palanque para candidatura de Ciro Gomes”, completou.