Fora de série documental, Guilherme de Pádua usa internet para pedir perdão por assassinato de Daniella Perez; veja vídeo
O ex-ator foi condenado a 19 anos de prisão pelo homicídio duplamente qualificado da atriz
Em meio à repercussão da série “Pacto Brutal: O assassinato de Daniella Perez”, que estreou na última quinta-feira (21), na HBOMax, Guilherme de Pádua, acusado pelo assassinato da atriz, voltou a ser destaque na mídia. O ex-ator e pastor de igreja evangélica, postou um vídeo em que pede perdão à Glória Perez e Raul Gazolla, mãe e viúvo de Daniella, pelo crime.
Em 1992, Daniella Perez tinha 22 anos quando foi assassinada, com 18 perfurações no tórax, sendo a maior parte delas na região do coração. O corpo da atriz foi encontrado em local ermo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Guilherme e ex-esposa Paula Thomaz foram presos acusados do crime.
Vale lembrar que Pádua foi condenado a 19 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado e deixou o regime fechado em 1999, depois de cumprir um terço da pena (menos de sete anos). Atualmente, ele é pastor em uma igreja evangélica na cidade de Belo Horizonte.
Agora, o assassinato e a busca por justiça feita pela novelista Glória Perez, são retratados na série da HBOMax. Por imposição da dramaturga, Guilherme e Paula não foram ouvidos pela produção de “Pacto brutal”. Por isso, em vídeo publicado nesta terça-feira (2), no YouTube, Guilherme de Pádua se dirigiu a amigos e familiares e pediu perdão pelos atos cometidos contra a Daniella.
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Em seu pedido de desculpas, Guilherme diz que pedir perdão pelo crime “era seu maior sonho”, mas que ele “não sabia como fazer” sem gerar constrangimento. “Pensei em procurar os advogados do Raul Gazolla e da Gloria Perez. Pensei em pedir para alguém que intermediasse esse encontro. Não imaginava uma coisa pela internet e por meio de um vídeo. (…) Talvez eu nunca vá ter uma oportunidade real de pedir perdão”, disse.
Pádua diz ainda que “o perdão tem mais a ver com quem perdoa do que quem é perdoado” e que, se ele estivesse no lugar de Glória Perez e Raul Gazolla, ele não perdoaria. “Gloria Perez, eu te peço perdão por todo sofrimento que eu te causei. Eu jamais esqueci daquele encontro na carceragem. Raul Gazolla, eu te peço perdão. Eu nunca esqueci do dia que eu fui chamado na delegacia. Você estava lá e se arrastou até mim. Me abraçou chorando. E ali eu vi que eu era a pior pessoa do mundo”, complementou.
Contradições
Pádua já havia atacado a produção da série ao dizer que foi “totalmente parcial”. “Um trabalho jornalístico pretende trazer todas as provas, apresentar as evidências (…) a HBO tinha condições de fazer uma coisa bastante completa e dar a nós, espectadores, o direito de fazermos a nossa própria análise”, afirmou o ex-ator.
Na última semana, também por meio de um vídeo em seu canal no YouTube, Guilherme falou que não voltaria a falar sobre o assunto. “Eu cumpri minha pena e fui tudo o que a lei me exigiu e estava levando uma vida digna e discreta. (…) Mas, volto para a mídia dessa forma, sofrendo ataques e a minha reação é de responder. (…) Desta vez, eu estou me ausentando e parando esse assunto por causa de uma orientação pastoral. Creio que essa fé que eu carrego vai me ajudar a melhorar como pessoa. E até fazer alguma coisa por outros”, disse.
Em entrevista ao jornal O Globo, Gloria Perez falou que as colocações do ex-ator são “fantasiosas”. Segundo ela, o importante é o documentário se ater às verdades, sem dar espaço para as mentiras sustentadas pelos assassinos. A novelista teria aceitado a produção da série sob as condições de que os criminosos não fossem ouvidos.