Ídolos de barro

Acordei aos poucos, quando comecei a ler com mais atenção às manchetes que estampavam os principais jornais do país, relatando a corrupção nas estatais

Ídolos de barro
Alírio de Oliveira, colunista DeFato – Foto: Arquivo/Pessoal
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Desde minha tenra adolescência fui afeito às boas músicas, adquirindo sempre os discos dos meus ídolos, cantores e bandas de qualquer nacionalidade, me identificando com suas melodias e, principalmente, com as mensagens nas letras, geralmente singelas, falando de paz, de amor, de saudosismo, de perspectivas.

Por muitos anos me emocionava ouvindo a música do Geraldo Vandré, “Pra não dizer que não falei das flores”, que eu considerava o segundo hino nacional, tamanha a beleza e realidade dos seus versos e sua melodia.

Ao contrário de muitos, até do presidente Bolsonaro, que eu apoio, nunca neguei que houve um regime militar instalado no Brasil a partir de 1964, mas entendo também que havia a necessidade dessa intervenção, diante da proximidade do comunismo às nossas portas, o que foi evitado pelo forte clamor popular nas ruas de todo o país, devidamente ouvido pelas Forças Armadas.

O presidente Bolsonaro, quando provocado por jornalistas, alguns, antigos militantes de movimentos revolucionários, sempre deixou claro que não se podia enfrentar opositores armados do Estado com flores nas mãos, numa alusão a Mirian Leitão, Fernando Gabeira e Franklin Martins, que a exemplo da ex-presidente Dilma Roussef, também empunharam armas contra os militares.

O jornal O Globo, da família Marinho, à época, abria grandes manchetes e editoriais em apoio ao regime militar, inclusive conclamando manifestações populares em favor das Forças, em defesa das famílias.

Voltando aos artistas, sejam cantores ou da teledramaturgia (teatro, cinema, TV), tornaram-se militantes partidários, pleiteando a volta do ex-presidiário Luiz Inácio lula da Silva, à presidência do país e instando a população contra o atual chefe do executivo!

Tal posicionamento não requer explicações mirabolantes; é notório que o uso de critérios mais rígidos na concessão de verbas da Lei Rouanet aos shows ou peças, abalou o bolso desses “ídolos de barro”, que com a soberba, se achavam, até então, intocáveis e com direitos acima dos cidadãos comuns.

Querem eles, a todo custo, a volta ao poder do larápio que os abastecia fartamente com o “cala a boca” da verba cultural, assim como a grande mídia do país, hoje corrompida e faminta das publicidades do Governo Federal que deixaram de cair em suas contas.

Alguns amigos se surpreendem com minha posição ativa contra a esquerda. Durante toda a minha vida fui doutrinado nesse viés ideológico.

A minha primeira filiação à esquerda foi no PT, por volta de 1981, em Uberaba, quando, incentivado por colegas de partido, passei a ler, preferencialmente, livros sobre a vida de ditadores como Fidel, Che Guevara, Marx, Marighela, Lamarca, Luiz Carlos Prestes e outros desse naipe político.

Fui doutrinado, era como uma cabeça de gado no meio de um imenso rebanho.

Me envolvi no sistema, fui sindicalista, fiz greve, peitei empresários, apoiei atitudes da CUT; que atraso de vida!

Acordei aos poucos, quando comecei a ler com mais atenção às manchetes que estampavam os principais jornais do país, relatando a corrupção nas estatais, o gigantesco rombo nas contas públicas, o enriquecimento dos líderes da esquerda, o filho do Lula que, de funcionário de zoológico, se tornou um dos homens mais ricos do país, o próprio Lula, ex-sindicalista e presidente do país por duas ocasiões, tem hoje um patrimônio avaliado em milhões de reais em sua conta bancária, recebe pensão da sua falecida mulher, revendedora da Avon, que lhe deixou gorda renda mensal.

Como pode isso? Como explicar crescimento financeiro tão vertiginoso?

Despertei, finalmente, para a realidade, quando passei a ler a história oposta à que eu fora doutrinado.

É vergonhoso saber que Chico Buarque, Caetano Veloso, FHC, Gil, Gal Costa, Bethânia e outros tantos artistas do mesmo patamar, além do Lula (artista na arte de roubar), recebem um valor mensal vitalício como compensação dos seus exílios.

Exílio que alguns deles próprios se impuseram, já que não havia pressão militar sobre alguns, especificamente.

Ora, esses nababos vivem hoje à custa do dinheiro público, deixaram de compor, de gravarem músicas e, curiosamente, só frequentam países capitalistas, como a França, Inglaterra e Estados Unidos, por exemplo.

Jamais foram vistos passeando pela Venezuela, Cuba, Nicarágua, El Salvador, Moçambique, Coréia do Norte, Rússia, Afeganistão, China, Angola, Bolívia, Argentina e outros países regidos pelo sistema socialista/comunista, que eles desejam que nos tornemos!

Acordei!

Serviu de aprendizado ver o lado obscuro da doutrina socialista, mas ainda me surpreendo com pessoas que supunha sábias, de bom senso, cultas, apoiando essa hipócrita ideologia!

Alírio de Oliveira é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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