Repórter da Globo, Susana Naspolini, morre aos 49 anos

Emoção e homenagens marcaram o anúncio do falecimento da jornalista que lutava contra o câncer

Repórter da Globo, Susana Naspolini, morre aos 49 anos
Foto: Reprodução / Agnews

A terça-feira (25) foi de despedida para os familiares, amigos e fãs da jornalista Susana Naspolini. Ela faleceu, aos 49 anos, vítima de um câncer. A repórter travou uma longa batalha contra a doença, mas um tumor na bacia se espalhou por outros órgãos e ela não resistiu. Susana estava internada em estado grave desde a última semana.

A morte foi confirmada pela filha, Júlia, por meio do perfil de Susana no Instagram.

Batalha árdua

Nascida em Santa Catarina, Susana morava no Rio, mas passou os últimos dias internada em um hospital particular de São Paulo, onde os médicos tentaram reverter a evolução de seu quadro de saúde. Desde março, enfrentava o câncer pela quinta vez. Na época, ela anunciou que a doença não estava regredindo com o tratamento via oral, e que precisaria fazer uma quimioterapia venosa. Desde então, o câncer evoluiu e se espalhou por outros órgãos.

A primeira vez que a jornalista enfrentou a doença foi em 1991, quando se tratou de um linfoma, aos 18 anos. No início de 2010, os médicos encontraram um nódulo maligno na mama direita. No final do mesmo ano, outro tumor, dessa vez na tireoide. Nos dois casos, a descoberta precoce foi determinante para que a doença regredisse. Em 2016, Naspolini enfrentou mais um câncer de mama. Por fim, o câncer na bacia.

Popularidade

Susana Dal Farra Naspolini Torres nasceu no dia 20 de dezembro de 1972, em Criciúma, Santa Catarina. Cursou Jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis e começou a carreira em emissoras de TV do estado. Em 2002, foi contratada temporariamente como repórter da GloboNews, onde ficou até 2004. Naspolini passou pelo Canal Futura, pela produção da Editoria Rio, da TV Globo, e pela equipe de reportagem dos telejornais Bom Dia Rio e RJTV.

O quadro virou sucesso no Rio de Janeiro e projetou Susana para o Brasil. Ela se tornou, então, uma das repórteres mais populares da TV Globo. Sua forma divertida de interagir com os moradores do estado virou uma marca registrada. Assim como seu calendário de papel, em que registrava a data para a conclusão das melhorias.

O desapego à burocracia jornalística e a liberdade que recebia para desenvolver suas pautas permitiam que Naspolini se envolvesse com os entrevistados. Ela andava de bicicleta em ciclovia esburacada; tomava café e comia bolo com os moradores; entrava em córrego e em matagal; subia em árvore; sentava na calçada… Tudo para mostrar a realidade do povo fluminense – que sempre a acolhia com carinho e alegria.

Susana Naspolini precisou se afastar do RJ Móvel em 2009, 2016 e 2020 para fazer tratamento de câncer, em São Paulo. E, em maio de 2017, assumiu outro desafio: apresentar o Globo Comunidade, boletim informativo com material produzido pelas editorias locais, que vai ao ar na manhã de domingo.

Livros

Com tantas histórias profissionais e pessoais de luta, Susana lançou dois livros: “Eu Escolho Ser Feliz”, em 2019, e “Terapia com Deus”, em 2021. O primeiro, uma autobiografia, enfatiza sua luta contra o câncer e o otimismo que era seu motor de superação.

O segundo tratava sobre sua religiosidade e sua ligação com Deus. Neste livro, ela também fala sobre a morte do marido, o narrador e apresentador esportivo Maurício Torres, que faleceu em 2014, com falência múltipla de órgãos decorrente de quadro infeccioso.

Homenagens

O falecimento de Susana Naspolini causou grande comoção entre os colegas de trabalho, amigos, fãs e admiradores. Ela recebeu inúmeras homenagens. Uma das mais marcantes, foi a emoção com que Renata Vasconcelos e William Bonner deram a notícia de sua morte no Jornal Nacional dessa terça-feira (25).

Na manhã dessa quarta-feira (26), os apresentadores do Bom dia RJ, também falaram de maneira muito pessoal da perda da jornalista.

Os clubes de futebol do Rio de Janeiro prestaram as últimas homenagens a ela. No telão do Estádio do Maracanã, na partida em que o Flamengo venceu o Santos por 3 a 2, a dedicatória pediu um minuto de silêncio por Susana.

Nas redes sociais, os times Criciúma, Flamengo, Vasco e Botafogo também deixaram suas mensagens.

O governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL); o prefeito, Eduardo Paes (PSD); e o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), André Ceciliano (PT), usaram o Twitter.

E a prefeitura da cidade de Nova Iguaçu contou que uma das obras cobradas por Susana ainda não tinha sido finalizada. Mas, garantiu, vai receber o nome da jornalista! “Faltou a entrega de uma obra, né, Susana? A Prefeitura não esqueceu, não! O Ginásio do Cobrex vem aí. E levará o seu nome. Obrigada por tudo, minha Iguaçufilha do coração”.