Sala de Visitas: professor Otacílio Fernandes de Ávila

Natural de Dionísio (região do Vale do Aço), Otacílio Fernandes de Ávila, 91 anos, ingressou no Seminário de Mariana, ainda menino. Por consequência, foi ordenado padre com apenas 22 anos. De imediato, começou a lecionar na própria instituição da Igreja Católica. Pouco tempo depois, foi designado pároco do município de Marliéria (Vale do Aço) pelo arcebispo Dom Helvécio Gomes de Oliveira. No início da década de 1970, a convite de Dom Marcos Antônio Noronha- primeiro bispo da Diocese de Itabira e Cel Fabriciano — ocupou informalmente o cargo de Vigário Geral da prelazia, em Itabira. E começou a provocar polêmicas.

“De cara, dispensei o uso da batina, porque queria atrair um público mais jovem. Então, comecei uma série de reuniões nas paróquias. O objetivo era debater certos procedimentos da igreja”, relembra Ávila.

E o jovem religioso deu o que falar. Mas foi por pouco tempo, pois deixou o sacerdócio para se casar. Mudou-se, então, para Ipatinga, onde foi secretário de Educação da Prefeitura. Em meados da década de 1970, retornou a Itabira para trabalhar na antiga Cia Vale do Rio Doce (CVRD). Assumiu o cargo de diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), na CVRD. E fez uma completa reformulação no ensino profissionalizante da mineradora. As mudanças, porém, incomodaram.

Tanto que uma bomba explodiu na garagem de sua residência, no bairro Penha. O atentado repercutiu em toda a imprensa mineira, mas os “terroristas” jamais foram identificados. Em 1993, Otacílio foi indicado para a Secretaria de Educação de Itabira.

“Eu já estava aposentado e o prefeito recém-eleito, Li Guerra, praticamente me intimou. Então, fui titular da pasta da Educação, nos quatro anos do Governo LI”, salienta o educador.

Fernandes de Ávila revolucionou o sistema de ensino itabirano. Criou a Nucleação- com reformas e construções de escolas, na região rural. E mais. A Prefeitura adquiriu dez ônibus novos para o transporte de alunos. E o professor avançou em direção ao futuro. Ele Implantou uma grande escola agrícola- a Ipocarmo- nos limites dos distritos de Ipoema e Senhora do Carmo.

Os alunos e alunas permaneciam a semana inteira no estabelecimento, onde dormiam. E por que o projeto Ipocarmo não prosperou? “A escola Ipocarmo funcionou por dois anos, durante o governo Li. Aí Jackson (Tavares), do PT, entrou na Prefeitura e fechou a escola. É por isso que não gosto de partidos políticos”, desabafa. A entrevista completa está no vídeo do “Sala de Visitas” da DeFato. Vale a pena conferir. É polêmica que não acaba mais.

Confira a entrevista completa: