Cada coisa em seu lugar

A má fase rubro-negra é tema do novo texto do colunista Victor Eduardo

Cada coisa em seu lugar
Foto: Gabriel Machado/Gazeta Press

Um bando. Assim pode ser definido o Flamengo que entrou em campo na noite desta terça-feira (28) contra o Independiente del Valle, pela Recopa Sul-Americana. Setores espaçados, meio campo a léguas de distância do ataque, jogo puramente intuitivo… com um elenco muito mais forte, o Rubro-Negro não foi capaz de superar o rival, cada vez mais carrasco dos gigantes do continente.

E o principal alvo das críticas, claro, é Vítor Pereira. Treinador português que saiu de maneira tumultuada do Corinthians e, até aqui, realiza trabalho muito fraco no novo time. Desde o apito final de ontem – assim como tem sido a cada frustração rubro-negra – surgem os discursos falando sobre a injustiça cometida pelo Flamengo com Dorival Jr, campeão da Copa do Brasil e da Libertadores à frente do clube. Mas vamos a alguns fatos.

Dorival foi importantíssimo ao assumir um time que caminhava para uma temporada vazia e fazê-lo conquistar dois grandes títulos. Conseguiu, ao contrário de outros treinadores, encaixar Pedro e Gabigol no mesmo ataque e deu razoável organização coletiva à equipe. É inegável.

Assim como também é inegável que a fase final da terceira passagem do treinador pelo Flamengo já dava sinais de desgaste. Na final da Copa do Brasil, um amasso do Corinthians no segundo tempo que, por pouco, não custou o título. Na Libertadores, uma atuação fraca mesmo com um homem a mais durante boa parte do jogo.

Desempenho que piorou ainda mais após os dois títulos. Por isso, me pareceu muito madura a decisão da diretoria flamenguista de trocar o comando técnico sem se prender ao resultadismo. O que não significa concordar com a maneira com que tudo foi conduzido.

Mas futebol não é ciência exata. Tentar uma nova jogada não lhe dá a garantia de que tudo dará certo. E cabe aos dirigentes rubro-negros identificar o que está acontecendo. Há uma comunicação clara e eficiente entre o treinador e seus comandados? O elenco está 100% focado? A pré-temporada foi bem feita?

Com essas respostas, será possível se reencontrar sem, necessariamente, ficar lamentando o passado.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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