DeFato 30 anos: A fantasia por detrás de uma marca

Toda notícia é um fato, mas nem todo fato é notícia

DeFato 30 anos: A fantasia por detrás de uma marca
Foto: Victor Eduardo/DeFato Online
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Notícia com qualidade e agilidade. Uma simples exigência do jornalismo atual. Paradigma compreensível. E com razão. O mundo vive a era da informação. Nesses tempos modernos, agilidade é companhia inseparável de qualidade. As duas expressões, portanto, são gêmeos univitelinos. A marca DeFato é fruto exclusivo do imaginário do jornalista José de Almeida Sana. A inspiração foi praticamente uma espécie de insight mítico. Uma noite qualquer – no início da década de 1990 – Sana dormiu e sonhou com o símbolo nos mínimos detalhes. As cores e o formato nasceram nesse momento de pura magia.

Tenho, porém, uma teoria muito particular sobre a origem da logomarca desse portal de notícias. A minha percepção é pragmática. Aqui se fala sobre o funcionamento cotidiano do veículo de comunicação. Na minha alegoria, a DeFato é uma usina de processamento de informações. E essa tese é de fácil assimilação, por motivo óbvio: os itabiranos entendem muito bem de funcionamento de usinas. 

Vamos ao organograma dessa indústria de transformação midiática. As apurações iniciais entram na redação em estado bruto. Então, a matéria-prima necessita ser lapidada por profissionais especializados. Depois de longa e delicada tessitura, o produto final poderá ser digerido pelos leitores (os insaciáveis consumidores de notícias). Acompanhe a sequência do dia a dia para melhor entendimento dessa dinâmica. As ocorrências rotineiras são fatos. Essas circunstâncias podem (ou não) se transformar em notícias. Tudo depende do interesse público. O jornalismo é um exemplo muito claro da eterna contradição entre fato e notícia. 

Um fantasioso cenário hipotético esclarece melhor essa colocação. Confira esse exemplo. Um homem caminhava despretensiosamente pela Avenida João Pinheiro. De repente, o sujeito é mordido por um cão vira-lata. Caso banal, absolutamente corriqueiro. Não desperta a mínima atenção. Esse fato definitivamente não é notícia. E se o ator da ação fosse o outro? Vejamos essa possibilidade. Um homem mordeu o cachorro. O animal irracional vadiava a esmo por uma rua qualquer, quando foi atacado por um exemplar da criatura hegemônica do planeta. Então, pintou no pedaço um fenômeno inusitado. A atitude bizarra de humano tresloucado atiçou imediata curiosidade popular.  Nesse caso, o fato virou notícia. 

Constatação lógica da coisa toda: toda notícia é um fato, mas nem todo fato é notícia. Aí está a suposta etimologia da DeFato. A informação é um fato, que o jornalista poderá transformar (ou não) em notícia. Conclusão da conclusão: a notícia é filha legítima de um fato. Ou DeFato.

Fernando Silva é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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