Diante do possível aumento de despesas, Bernardo Rosa cobra planejamento financeiro da Prefeitura de Itabira

Ex-secretário de Governo na gestão Marco Antônio Lage, o vereador quer assegurar que o Executivo tenha condições de cumprir seus compromissos mesmo em cenário de queda de arrecadação

Diante do possível aumento de despesas, Bernardo Rosa cobra planejamento financeiro da Prefeitura de Itabira
O vereador Bernardo Rosa – Foto: Gustavo Linhares/DeFato
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Em um momento em que se discute o cumprimento do pagamento de pisos salarias nacionais de diversas categorias — agentes comunitários de saúde (ACSs) e agentes de combate à endemias (ACEs), educação, enfermagem e odontologia —, assim como a criação de um subsídio para o transporte público da cidade, o vereador Bernardo de Souza Rosa (Avante) cobrou do governo Marco Antônio Lage (PSB) o planejamento financeiro a longo prazo da Prefeitura de Itabira. A solicitação, defendida durante a reunião ordinária da Câmara Municipal da última terça-feira (25), tem objetivo de assegurar que o município consiga arcar com os seus compromissos mesmo em um cenário de queda de arrecadação.

O vereador pediu para que a Comissão de Finanças, Orçamento e Tomada de Contas do Legislativo solicite ao governo Marco Antônio Lage (PSB) esse planejamento financeiro. Ele recebeu o apoio de outros vereadores, como Rodrigo Alexandre Assis Silva “Diguerê” (PTB) e o presidente da Casa, Heraldo Noronha Rodrigues (PTB).

“É certo que todos [servidores] têm que receber o piso [salarial], tem outras categorias também que reivindicam, [como] a odontologia, os dentistas. Para termos um parâmetro, também para o subsídio da [Transportes] Cisne, (…) eu queria requerer da Comissão de Finanças desta Casa que solicitasse ao município um planejamento financeiro com todos esses benefícios que estão sendo concedidos”, afirmou Bernardo Rosa.

“Qual o planejamento está sendo feito? Para quanto tempo é esse planejamento? É pra dez anos? Pra 20 anos?”, questionou.

Diante desse cenário em que há possibilidade de aumento nas despesas municipais com a concessão dos novos pisos salariais, que estão sendo assegurados por lei, Bernardo Rosa também cita a criação de um subsídios para as linhas de ônibus do município, que prevê um repasse de R$ 34,9 milhões à Transportes Cisnes para reduzir a passagem de R$ 4 para R$ 3. “Quando se mensura R$ 35 milhões, R$ 40 milhões de subsídio, que nós possamos pensar: será que o servidor lá na frente não pode ser prejudicado também?”, ponderou

“Acho [importante] termos uma garantia de um planejamento financeiro, econômico do município de no mínimo uns dez anos posterior ao fim da mineração”, defendeu Bernardo Rosa.

Diante do possível aumento de despesas, Bernardo Rosa cobra planejamento financeiro da Prefeitura de Itabira
Reunião da Câmara de Itabira de terça-feira – Foto: Gustavo Linhares/DeFato

A cobrança feita pelo ex-secretário de Governo da gestão Marco Antônio Lage se deve à preocupação quanto a situação financeira da cidade. Apesar de viver um período de grande arrecadação, a cidade poderá, nas próximas décadas, enfrentar a exaustão mineral e o fechamento de minas, o que impactará diretamente no orçamento do município.

“Sabemos que a mineração é uma atividade finda. Ela pode terminar daqui dez anos, quando a Vale anunciou, pode terminar daqui 20 anos. Podemos chegar daqui dez anos e a Prefeitura não ter condições de arcar com todas as obrigações básicas que ela tem. Não adianta conceder benefício pra lá, conceder benefício pra cá. Sabemos que é direito, tem que ser concedido, mas temos que saber de onde vamos tirar esse recursos”, avaliou Bernardo Rosa.

“Então, acho que com uma forma de coerência, uma forma de justiça e uma forma de garantia que o Executivo encaminhe para esta Casa esse planejamento futuro com todos esses benefícios que são de direito dos servidores públicos”, cobrou.

Outros posicionamentos

Rodrigo Diguerê também se manifestou sobre a importância do governo Marco Antônio Lage apresentar um planejamento financeiro de longo prazo para o município. “Eu acho que o Executivo, a Secretaria de Planejamento ou de Fazenda, já precisa pensar num planejamento a longo prazo tendo em vista [a proposta de] subsídio, tendo em vista os pisos [salariais] de categorias e tendo em vista uma possibilidade de decréscimo no orçamento futuramente”, disse.

O vereador, ainda, destacou a situação dos profissionais da odontologia. Segundo ele, já há uma regulamentação do piso nacional da categoria, mas que não é cumprido pelo município. “A odontologia já tem um piso [salarial, inclusive determinado em lei federal e que não é cumprida aqui no município — por esse motivo a gente perde diversos profissionais para as cidades vizinhas. Então nós temos uma carência na atenção da saúde bucal em Itabira em decorrência disso”, pontuou.

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Rodrigo Diguerê – Foto: Gustavo Linhares/DeFato

Para o presidente do Legislativo, Heraldo Noronha, as ponderações feitas por Bernardo Rosa são coerentes. Ele defendeu que, no caso do subsídio ao transporte público, é necessário apresentar de onde sairá os recursos. Noronha também se mostrou preocupado com a possibilidade na queda de arrecadação nos próximos anos. “Tem o subsídio, tem que pagar os salários, mas temos que saber de onde virá o salário. E quando não tiver mais recursos?”, declarou.

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Heraldo Noronha – Foto: Gustavo Linhares/DeFato

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