Família de jovem estuprada em BH não culpa amigos, mas cobra explicações de motorista
A 99, empresa pela qual o motorista prestava serviços quando pegou a corrida, emitiu um comunicado dizendo que o condutor foi suspenso da plataforma
A família da jovem de 22 anos, que foi estuprada por um homem no último domingo (29), após ser abandonada por um motorista de aplicativo no meio de uma rua no bairro Santo André, Região Noroeste de Belo Horizonte, preferiu não culpar os amigos que estavam com ela durante um evento no Mineirão, mas cobra explicações do motorista.
A jovem estava em um show de pagode no estádio, na Pampulha, e logo após, foi para um bar com o grupo de amigos na Avenida Fleming, também na região da Pampulha. Ela teria ingerido uma grande quantidade de bebida alcoólica e os colegas chamaram um carro de aplicativo para levá-la para casa, já que o celular dela havia descarregado.
Nas redes sociais, os colegas que estavam com a jovem foram alvos de diversas críticas. A reportagem do Estado de Minas, parceira do grupo DeFato, conversou com uma das irmãs da vítima, que optou por não se identificar. Ela não culpa os amigos sobre o ocorrido. “Um dos amigos chegou a perguntar se ela queria dormir na casa dele. Eles estavam embriagados, não podemos julgar a atitude deles. Ele fez a parte dele, chamou para ir pra casa dele. Não podemos julgar a atitude do rapaz, ele tentou ajudar da melhor forma possível naquele momento. Era o que ele poderia fazer mesmo”, disse.
Cobram por explicações
No caso de estupro da jovem, o motorista de aplicativo que abandonou na rua é uma das principais peças da ocorrência. O homem, que ainda não foi identificado, tocou o interfone várias vezes e não obteve resposta. Com a ausência da resposta, ele abandonou a jovem no meio da rua.
A irmã da vítima questionou a atitude do rapaz e espera entender o porquê que ele, ao menos, não a levou para um hospital. “Ele vai ter que responder o porque que a deixou ali, daquele jeito. A integridade dela era responsabilidade dele. Ele teve a oportunidade de não a colocar no carro dele, ele poderia recusar a corrida. Ele também poderia ter levado para um hospital, ele estava a 400 metros do Odilon Behrens. Lá é uma região extremamente perigosa e ele a simplesmente deixou lá. Ele sabe que ali é uma região muito perigosa. Ele a deixou à mercê de qualquer coisa naquele momento e foi o que aconteceu”, disse.
Motorista suspenso
A 99, empresa pela qual o motorista prestava serviços quando pegou a corrida, emitiu um comunicado nessa terça-feira dizendo que o condutor foi suspenso da plataforma. “A 99 lamenta o ocorrido após a conclusão da corrida. A empresa esclarece que fez o bloqueio preventivo do motorista e que aguarda que a polícia esclareça fatos e responsabilidades, estando à disposição para colaborar com a investigação”, diz a nota.
*Com Estado de Minas