Governadores que aderiram ao Regime de Recuperação Fiscal se arrependeram

As queixas são de Ronaldo Caiado (Goiás), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Cláudio Castro (Rio de Janeiro)

Governadores que aderiram ao Regime de Recuperação Fiscal se arrependeram
Foto: Marco Evangelista/Imprensa MG

Três governadores que aderiram ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), por conta das dívidas de seus estados, demonstraram arrependimento do pacto com o governo federal. As queixas são de Ronaldo Caiado (Goiás), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Cláudio Castro (Rio de Janeiro).

Em tom de ironia, o jornal Estado de Minas alerta em uma de suas matérias que “se [Romeu] Zema [Novo] errar, não será por falta de aviso”. A reportagem classifica o secretário de Governo, Gustavo Valadares (PMN), no cargo há quatro meses, de “mais articulado” e lembra que ele foi categórico em afirmar que “quem aderiu não quer sair porque não haveria alternativa: pior, que estaria satisfeito”.

Ainda em tom alarmista, o periódico diz: “Ora, sabemos por experiência própria, que uma pessoa endividada tem pouca autonomia de decisão e que fica na mão do credor”.

E prossegue: “O secretário Gustavo Barbosa (Fazenda), já foi confrontado, mais de uma vez, por deputados que lhe apontaram o dedo para lembrá-lo de que ele já foi secretário da Fazenda do ‘fracassado’ Rio de Janeiro no momento da adesão ao RRF”.

O governador do Rio de janeiro, Cláudio Castro (PL), reeleito, disse, no dia 3 de outubro passado, após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que entende “as dificuldades que o ministro também está, mas o que vai acontecer ano que vem se a gente não avançar nisso é quebradeira de novo dos estados, que já estão em situação difícil. O nosso problema é um problema que vai causar fome no estado, atraso de salário e isso é algo que a gente não pode deixar acontecer em nenhum dos estados que estão no RRF”.

Já o governador goiano, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou que “o seu calvário tem sido a privatização da estatal de energia elétrica. Atualmente, quem manda na área é a empresa privada Equatorial Energia. A decisão de vender a estatal foi a pior do mundo”, desabafa.

Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, gravou um vídeo no mesmo dia da reunião com Haddad em Brasília, dizendo o seguinte: “imagine você que o desembolso da dívida do Rio Grande do Sul pode chegar a 15% da receita corrente. Isso é muito pesado. Nós estamos pedindo é que se demande menos dos pagamentos de nosso estado”, afirmou.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reúne hoje com o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e outros líderes da Casa, para discutir alternativas ao RRF de Zema sem prejuízos ao servidor e ao patrimônio público do estado.