Mais R$ 90 bilhões serão destinados à reparação pelo desastre-crime em Mariana, informa Vale

Ao todo, R$ 127 bilhões serão pagos como indenização, incluindo obrigações passadas e futuras

Mais R$ 90 bilhões serão destinados à reparação pelo desastre-crime em Mariana, informa Vale
Barragem de Fundão, operada pela Samarco, após dois anos da tragédia do rompimento abrupto da estrutura de contenção de rejeitos. Foto: José Cruz/Agência Brasil

A mineradora Vale comunicou nesta segunda-feira (29) que mais R$ 90 bilhões serão destinados à reparação pelo rompimento da barragem de Fundão em Mariana. Segundo uma nota ao comércio, a Samarco e suas acionistas Vale e BHP Billiton repassariam R$ 72 bilhões em dinheiro ao longo de um período ainda não determinado. Os outros R$ 18 bilhões pagariam medidas a serem executadas pela Samarco.

Até então, os valores, prazos e condições da proposta de reparação estavam em sigilo pela lei Marco Legal da Mediação. Após o acesso das informações pelo jornal O Globo, a mineradora Vale divulgou um comunicado detalhando os valores. Ao todo, R$ 127 bilhões serão pagos como indenização, incluindo obrigações passadas e futuras

A barragem de Mariana rompeu em novembro de 2015, liberando cerca de 43 milhões de metros cúbicos de lama tóxica na bacia do Rio Doce. O  colapso destruiu vilarejos, impactou dezenas de municípios e afetou o modo de vida de milhões de pessoas nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro.

Processo na Inglaterra

Além dos inúmeros processos no Brasil, a mineradora BHP Billiton também responde pelo rompimento na corte inglesa. O processo corre na justiça da Inglaterra porque a BHP é anglo-australiana e o julgamento de responsabilidade está marcado para outubro de 2024.

A juíza Finola O’Farrell, que encabeça o caso, determinou que a BHP entregue o contrato de trabalho de seu diretor-executivo na época do colapso da barragem de Mariana. Além disso, requer uma série de outros documentos que podem provar a responsabilidade da empresa pelo desastre.