Mineração brasileira aumenta 25% em meio a projetos de garimpo ilegal e taxações, aponta IBRAM

O primeiro trimestre de 2024 trouxe resultados mais positivos à indústria da mineração. Os dados foram apurados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e divulgados pelo diretor-presidente, Raul Jungmann, na última quinta-feira (2). No entanto, o dirigente aponta iniciativas que podem causar prejuízos ao setor.

Em comparação ao primeiro trimestre do ano passado, o faturamento cresceu 25%, passando de R$ 54,6 bilhões para R$ 68 bilhões. Mas, segundo o dirigente, “nem todos enxergam os muitos benefícios do setor mineral, tanto que nota-se um esforço na direção errada, a de prejudicar ao invés de estimular esta indústria”, avalia Jungmann.

Um dos perigos são os projetos de lei que tramitam no Congresso e no Senado que flexibilizam o garimpo em áreas preservadas. Entre os dados apresentados na coletiva de imprensa, está o aumento de 300% do garimpo em unidades de conservação somente entre o período de 2010 a 2020.

De acordo com Raul Jungmann, outras iniciativas que têm potencial para proporcionar prejuízos à indústria da mineração são a criação de taxas supostamente para fiscalizar a atividade por estados e municípios, o novo Imposto Seletivo de 1% a incidir sobre a mineração e fundos estaduais para incidir sobre mineração e outros setores exportadores.

Minérios

De acordo com os dados apresentados pelo IBRAM, as exportações de minérios cresceram 18,3% em dólar e 11,3% em toneladas e as importações declinaram 31% em dólar. O recolhimento de tributos e encargos sobre minérios cresceu cerca de 24%, o que equivale a R$ 23,3 bilhões.

O minério de ferro responde pela maioria da produção mineral no Brasil, com 64,2% do total. Essa produção equivale a R$ 43,9 bilhões.

Em termos de empregos a indústria da mineração fechou março com mais de 214 mil empregos diretos, com a criação de quase 4 mil novas vagas de novembro de 2023 a março deste ano.