Maduro é a grande prova da confiabilidade das urnas eletrônicas
Graças à eficiência e confiabilidade do sistema, Maduro deu com os burros n´água. O adversário dele nadou de braçada. As urnas eletrônicas foram a certeza da conquista do poder
A eleição da Venezuela foi a maior das rapinagens. As parafernálias da informática, porém, escancararam a roubalheira madura. Uma característica da era da informação confirma essa percepção. Nos dias de hoje, o planeta se transformou num imenso Big Brother. Nada passa despercebido. Tudo se vê, sente-se e ouve. A privacidade encontra-se em processo de extinção. Assim, câmeras onipresentes acompanharam a disputa presidencial na pátria de Simón Bolívar. Uma plateia universal assistiu à esmagadora vitória do oposicionista Edmundo González Urrutia. Apenas os eventuais moradores do Palácio Miraflores e imediações teimam em não reconhecer o óbvio (até ululante): a nítida derrota de Nicolás Maduro.
A ópera-bufa começou na madrugada de domingo, 28 de julho. Na escuridão, Elvis Amoroso — notório cara de pau e chefe do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) — anunciou o fictício triunfo do ditador bananeiro. Ninguém acreditou na falácia do pau-mandado. As famosas urnas eletrônicas desmentiram o enredo pornográfico. O equipamento simplesmente escancarou a pilantragem de Nicolás et caterva. Veja bem. As urnas venezuelanas funcionam com mais eficiência que as congêneres brasileiras. Lá no país andino, o eleitor escolhe seu candidato e a máquina, imediatamente, imprime o comprovante do voto. Esse documento é depositado numa outra urna comum. Uma ata com a totalização do escrutínio de cada seção fica à disposição dos fiscais das agremiações partidárias.
Nada de novo. A dinâmica já funciona dessa forma na Terra de Santa Cruz. Aqui, os representantes das legendas também recolhem cópias dos registros de atas e encaminham para a apuração paralela, nos comitês de campanha. Tanto que, muito antes da divulgação dos dados oficiais, os vencedores comemoram antecipadamente. É festa, principalmente no interior.
Graças à eficiência e confiabilidade do sistema, Maduro deu com os burros n´água. O adversário dele nadou de braçada. As urnas eletrônicas foram a certeza da conquista do poder. Os seguidores de María Corina Machado (líder oposicionista) tinham consciência absoluta da “medalha de ouro”. O herdeiro de Hugo Chávez sofreu acachapante revés. Um monumental fiasco. Tão logo o establishment bolivariano proclamou o suposto resultado parcial (81% dos votos apurados), incrédulos chefes de governos e estados indagaram uníssonos: cadê as atas, Maduro? O “dileto amigo” Lula também clama pelas famigeradas atas. Até agora, inércia total. O tirano dos Andes continua atado. Conclusão: a terrível urna eletrônica foi um tiro de misericórdia na ditadura canhestra. Não houve fraude na votação, contudo, o resultado do pleito foi manipulado. Um horror institucional. Cadê as atas, Maduro?
Resumo do papelão de republiqueta de bananas: as urnas eletrônicas gritam que Edmundo ganhou a eleição. Nicolás tenta desesperadamente desmenti-las, mas não consegue. Basta o CNE apresentar as atas com a confirmação do suposto triunfo do verdugo e ponto final na polêmica. Mas, até agora, nada, nada, nada. O facínora tem tudo para morrer na praia.
P.S.: e o governo brasileiro continua apaixonado pelo pilantra bolivariano. Cuidado. Minha avó sempre dizia: “quem anda com porcos, farelo come”.
Fernando Silva é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.
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