MPMG requer apreensão de caminhões da Empabra e suspensão de atividades noturnas na Serra do Curral

Ministério Público de Minas Gerais pede também aumento da multa diária por descumprimento de ordem judicial

MPMG requer apreensão de caminhões da Empabra e suspensão de atividades noturnas na Serra do Curral
Fiscalização MPMG na Serra do Curral. Foto: Alex Lanza/MPMG

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) protocolou um requerimento para a apreensão dos caminhões de transporte de minério da Empresa de Mineração Pau Branco Ltda. (Empabra). A medida foi solicitada após uma vistoria realizada em 23 de agosto na Mina Corumi, localizada na Serra do Curral.

Durante a inspeção, foi constatado que a Empabra estava continuando a operação de retirada de minério, o que, segundo o MPMG, infringe uma ordem judicial que havia determinado a suspensão imediata das atividades de lavra e transporte de minério, exceto para garantir a segurança da área e com autorização do órgão ambiental competente.

Além da apreensão dos veículos, o MPMG também pediu a suspensão de todas as atividades da empresa no período noturno, das 20h às 07h, com o objetivo de garantir o descanso da população local e melhorar o controle das operações. O requerimento inclui ainda a solicitação para o aumento da multa diária por descumprimento da decisão judicial para R$100 mil.

Entenda
No dia 24 de julho deste ano, o MPMG propôs uma Ação Civil Pública (ACP) contra a empresa de Mineração Pau Branco Ltda. (Empabra) em razão da exploração minerária predatória e ilegal na Mina Corumi, além do descumprimento reiterado de obrigações assumidas no sentido de proceder a recuperação ambiental da área, em reforço a um cumprimento de sentença já existente.

Em 19 de agosto, decisão judicial da 9ª Vara Cível de Belo Horizonte determinou a suspensão imediata de todas as atividades relacionadas à lavra de minério de ferro e ao transporte/escoamento de materiais depositados e/ou extraídos, incluindo o tráfego de caminhões de carregamento de fino de minério no local, ressalvadas a execução, tão somente, daquelas atividades emergenciais que visem afastar riscos como o carreamento de sedimentos e ou aquelas que forem autorizadas pelos órgãos competentes mediante aprovação do órgão ambiental, desde que necessárias à recuperação ambiental. Além disso, determinou também a elaboração, no prazo máximo de 30 dias, de Plano de Fechamento de Mina e a contratação de auditoria técnica independente para o acompanhamento das medidas de recuperação das áreas degradadas e garantia de segurança das estruturas do local. A ação previu ainda multa diária por descumprimento da decisão judicial de R$50 mil.

No dia 23 de agosto, o MPMG, por meio do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais (Nucrim), realizou uma fiscalização conjunta com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semad), a Defesa Civil Estadual e o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais nas mineradoras que operam em áreas próximas à Serra do Curral. No local, verificou-se que a Empabra segue promovendo a retirada do minério empilhado da área, inclusive de forma ininterrupta, 24 horas por dia. Segundo o Auto de Fiscalização nº 352877/202, a empresa ainda teria deixado de implementar medidas de controle ambiental para a segurança da área e a recuperação ambiental, a exemplo da drenagem pluvial e do tratamento de erosões existentes na propriedade.