Em BH: homem é preso após asfixiar a namorada até a morte com um travesseiro

Segundo a Polícia Civil, a vítima estava em um relacionamento com o suspeito há cerca de um ano e sofria violência doméstica

Em BH: homem é preso após asfixiar a namorada até a morte com um travesseiro
Foto: Divulgação/PCMG

Um homem, de 33 anos, foi preso por ser suspeito de agredir e asfixiar a namorada, de 43, até a morte. O crime aconteceu no dia 21 de janeiro deste ano, no bairro Céu Azul, região de Venda Nova, em Belo Horizonte. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apresentou o resultado final das investigações em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (30).

Conforme apurado pelo Núcleo de Combate ao Feminicídio, vinculado ao Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a vítima foi encontrada por um familiar no dia 23 de janeiro deste ano, dois dias depois do crime, após o retorno de uma viagem com outros parentes. Eles residiam em um mesmo lote no bairro Céu Azul, sendo que a vítima morava sozinha e foi localizada na casa dela já em estado de decomposição.

“Foi nesse momento, ciente de que esses familiares estavam viajando, que o namorado dela cometeu esse assassinato”, apontou a delegada Iara França. Segundo a titular do núcleo, inicialmente, o investigado foi chamado à unidade policial como testemunha. “Apresentou a versão de que esteve com ela naquele domingo, durante a tarde, foram para um bar e beberam. Em razão de ciúmes, brigaram, ele a deixou em casa e foi embora”, detalhou.

No entanto, durante as investigações, ficou provado que o homem estava mentindo. “Todo o local foi muito bem levantado. A forma como ela foi encontrada, as lesões encontradas no corpo dela, não eram compatíveis como se a vítima tivesse, segundo a versão dele, tido uma overdose de drogas e ali desfalecido na cama sozinha”, informou a delegada Iara.

Segundo a delegada, a mulher foi morta com agressões na face, principalmente na região dos olhos, e posteriormente asfixiada com um travesseiro. “Nesse travesseiro, inclusive, foram encontradas moscas”, contou, ao complementar que o objeto estava no corpo da vítima, mas, segundo informações repassadas à polícia, foi removido por familiares e colocado em outro local.

“E algumas pequenas informações foram juntadas dentro desse quebra-cabeça, como a notícia de um vizinho que teria ouvido um barulho na casa, de uma voz masculina, de um momento que o suspeito disse que não estaria lá. Fizemos a junção das provas objetivas, do que é coletado no próprio corpo e no local do crime, com os indícios coletamos de pessoas, testemunhas, vizinhos, conseguimos encaixar todas essas peças e chegamos à conclusão de que ele de fato havia a assassinado”, acrescentou a delegada.

O inquérito policial foi concluído em julho, e a PCMG representou à Justiça pela prisão do investigado. O homem foi preso em Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde estava morando, e desde então encontra-se no sistema prisional.

Denuncie a violência doméstica

Conforme os levantamentos policiais, a vítima estava em um relacionamento com o suspeito há cerca de um ano e sofria violência doméstica, mas não procurou a polícia para denunciar os fatos.

“Ela sofria calada e, mais uma vez, é uma vítima fatal de feminicídio, que não registrou ocorrência, que não pleiteou medida protetiva. Então é importante reforçar a necessidade do registro. A polícia só consegue saber se aquele núcleo familiar precisa de uma atenção maior se a ocorrência for registrada”, ressalta a chefe do DHPP, delegada Alessandra Wilke.

A denúncia pode ser feita diretamente em unidade policial, via disques 180 ou 181 e também pela Delegacia Virtual nos casos de ameaça, vias de fato/lesão corporal e descumprimento de medida protetiva.