Projeto “Pão e Poesia” leva versos a padarias de Itabira antes do Flitabira

A iniciativa faz parte da quarta edição do evento literário e coloca poesias nas mãos dos itabiranos, unindo literatura e cotidiano

Projeto “Pão e Poesia” leva versos a padarias de Itabira antes do Flitabira
Projeto “Pão e Poesia” com Daniela Silva – Foto: João Pedro Guerra Reis
O conteúdo continua após o anúncio


Em preparação para o 4º Festival Literário Internacional de Itabira (Flitabira), o projeto “Pão e Poesia” já está levando literatura aos itabiranos por meio de sacos de pão personalizados com poemas. Diversos estabelecimentos da cidade aderiram à iniciativa, que distribui as embalagens poéticas como uma forma de aproximar os moradores da literatura no seu dia a dia.

Nesta edição, os sacos de pão celebram a obra de Carlos Drummond de Andrade, patrono do festival, além de versos de Lucas Guimaraens e Conceição Evaristo, que também participa da programação do evento. Disponíveis em diversos tamanhos, os sacos convidam os clientes a se tornarem leitores, promovendo uma forma inusitada de acesso à poesia.

O 4º Flitabira acontecerá entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro, com o tema “Literatura, Amor e Ancestralidade”, na Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA). O festival é patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, com apoio da Prefeitura de Itabira.

Confira os trechos de poemas selecionados para compor os sacos de pão:

Carlos Drummond de Andrade, poema “O Mundo é Grande

O mundo é grande e cabe

nesta janela sobre o mar.

O mar é grande e cabe

na cama e no colchão de

amar.

O amor é grande e cabe

no breve espaço de beijar.

Lucas Guimaraens, poema “Trovão

uma ilha onde nos

encontramos como se

fosse o primeiro beijo a

primeira nudez

a primeira leitura

de celuloses e peles

o primeiro abraço

Conceição Evaristo, do livro: “Poemas da Recordação e outros Movimentos”

Se à noite fizer sol,

vou me lançar na finitude

do momento adentro

e me esconder de mim

e me esconder de ti

só para concentrar na

lembrança;

o teu corpo, templo novo,

pois morrerei ao sol se pôr.