De olho na Venezuela! Sob intensa pressão Nicolás Maduro toma posse para o terceiro mandato consecutivo
Na noite de ontem (9), milhares de pessoas tomaram as ruas de Caracas e outras cidades para protestar contra a posse
Nicolás Maduro — sob intensa pressão interna e internacional — tomará posse nesta sexta-feira (10) para o terceiro mandato consecutivo. O político, que assumiu a presidência logo após a morte de Hugo Chávez em 2013, encontra-se há 12 anos no poder. A solenidade acontecerá na sede do Parlamento do país andino a partir das 13h (horário de Brasília). O clima é de tensão em Caracas. As Forças Armadas ocupam as principais ruas da capital. Um grande número de eleitores foi detido na noite de ontem (9).
A oposição promove protestos em todo país e eleva a tensão
Na noite de ontem (9), milhares de pessoas tomaram as ruas de Caracas e outras cidades para protestar contra a posse. As manifestações foram lideradas por María Corina Machado, que se encontrava há cinco meses na clandestinidade. A líder chegou ao bairro de Chacau, um importante centro comercial, onde foi aprisionada por supostos membros da força policial, logo após a manifestação. Corina foi libertada duas horas mais tarde. O governo Maduro nega a ação. Edmundo González, o ex-candidato a presidente, promete comparecer à Venezuela para assumir o cargo. Por outro lado, Maduro oferece uma recompensa de US$ 100 mil pela captura do oposicionista. Segundo o mandatário, o adversário estaria planejando um golpe de estado.
Os principais líderes mundiais não reconheceram a vitória de Maduro no pleito do ano passado
Estados Unidos, União Europeia e alguns países latinos alegam que o triunfo de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais do ano passado foi fraudulento. O governo Lula condicionou o reconhecimento à apresentação das atas com detalhamento da contagem de votos. Para o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o presidente teria sido reeleito com 52% dos votos. A oposição, porém, garante que Edmundo González teve a preferência de 67% do eleitorado. A confirmação da vitória do situacionista desencadeou uma série de protestos em todo o pais. Os atos foram reprimidos com violência. Na ocasião, 28 pessoas morreram e 200 ficaram feridas. Outras 2400 foram presas sob acusação de terrorismo. Nas últimas semanas, o governo intensificou o número de detenções de opositores. Esse quadro provocou uma reação do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos. O dirigente da entidade Volker Turk publicou a seguinte mensagem na rede social X: “É hora de fazer esforços para acalmar as tensões e reduzir o risco de mais violência. O diálogo é fundamental”. A Venezuela rompeu relações com os seguintes países da América Latina: Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai.