Milei discursa ao Congresso e promete novo acordo com FMI

Presidente argentino faz discurso ao congresso e promete novo acordo com o FMI

Milei discursa ao Congresso e promete novo acordo com FMI

O presidente da Argentina, Javier Milei realizou o seu discurso anual no Congresso do país na noite de ontem (1). Na ocasião, Milei sinalizou que um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) é iminente. Além disso, ele voltou a ameaçar retirar o país do Mercosul, afirmando que o bloco enriqueceu brasileiros e empobreceu argentinos.

Em seu discurso, Milei tentou projetar uma imagem otimista de sua reforma econômica, após um primeiro ano de mandato desagregador e uma recente onda de controvérsias. As falas do presidente agradaram sua base de direita, embora não tenha apresentado novidades em termos de política. O presidente prometeu à nação que, nos próximos dias, pedirá ao Congresso que apoie o governo no novo acordo com o FMI. Ele destacou o sucesso do governo em reduzir a taxa de inflação mensal, que atingiu 26% em dezembro de 2023, quando ele assumiu o cargo, para pouco mais de 2% em janeiro, além de ajudar o país a sair de uma recessão.

Política comercial

Sobre a política comercial, Milei anunciou que a Argentina deixaria o bloco do Mercosul, caso fosse necessário, para fechar um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos. Segundo ele, desde a criação do bloco, o Mercosul “conseguiu apenas enriquecer os grandes empresários brasileiros às custas de empobrecer os argentinos”.

Em seu discurso, Milei não forneceu mais detalhes sobre o suposto novo acordo de financiamento com os EUA. O seu governo busca há meses um plano para ajudar a levantar os rígidos controles de capital e câmbio da Argentina. Essa medida surge na esperança de colher os benefícios de suas reformas de livre mercado, que resultaram no ano passado no primeiro superávit fiscal da Argentina em 14 anos.

O FMI, encorajado pelos progressos de Milei, mas cauteloso quanto à sustentabilidade de sua austeridade, tem ponderado se deve emprestar mais dinheiro à Argentina. O país é o seu maior devedor, com um longo histórico de inadimplência. Além disso, tem uma dívida superior a US$ 40 bilhões pelo seu programa mais recente, que terminou em dezembro.

Com informações da agência Estadão Conteúdo.