“Estamos confiantes que a justiça acontecerá”, diz mãe de médico agredido brutalmente há 8 anos
Henrique Papini foi brutalmente agredido na extinta boate Hangar 677, no bairro Olhos d’Água, em 2016

No dia 7 de setembro de 2016, o médico anestesista Henrique Papini, hoje com 30 anos, foi brutalmente agredido na extinta boate Hangar 677, no bairro Olhos d’Água, região Oeste de Belo Horizonte. Oito anos depois, um dos envolvidos será julgado em um caso que foi classificado pela Polícia Civil como tentativa de homicídio. O julgamento está marcado para o dia 27 de março, no Fórum Lafayette, no Barro Preto, região Central de BH.
Henrique Papini foi brutamente agredido por um grupo após sair da balada. Durante a agressão, Papini foi jogado no chão e recebeu diversos chutes na cabeça. O motivo teve relação com um encontro que o médico teve com a ex-namorada do agressor que será julgado. O médico teve sequelas graves após a agressão: surdez do ouvido esquerdo, paralisia facial, dificuldades em sentir cheiro e gosto, além de problemas na visão e no equilíbrio.
Ele passou mais de 20 dias no hospital enfrentando uma meningite pós-traumática, um trauma de face e um traumatismo craniano grave.
O portal DeFato conversou com a mãe do médico, a dentista Andréa Papini, e ela falou sobre a longa espera até o julgamento, marcado para o dia 27 deste mês.
“Estamos confiantes que a justiça acontecerá , mesmo que parcialmente e apesar de tanto tempo! Estamos tranquilos e acreditando que tudo vai dar certo! Procuramos neste tempo todo lutar com dignidade em busca de justiça e agora chegou o momento tão esperado. Temos fé que este crime brutal não sairá impune”, disse a mãe da vítima.
Ainda na primeira fase do processo, dois dos envolvidos foram absolvidos, pois a Justiça entendeu que não havia provas suficientes do envolvimento deles nas agressões. O outro rapaz teve sua conduta desclassificada de tentativa de homicídio por lesão corporal, sob o argumento que “apesar de participar das agressões, sua conduta e intenção se limitou a este fim (agressões)”.
Andréa Papini também comentou sobre três dos quatro envolvidos não serem julgados no próximo dia 27. “A sensação de impotência é muito grande em ver que apesar de inicialmente quatro acusados terem sido indiciados, e com uma abundância de provas, apenas um sentará no banco dos réus e após mais de 8 anos”, lamenta a dentista.
Superação
Henrique Papini ficou entre a morte e a vida após a agressão que sofreu. O médico ficou com sequelas como surdez total do ouvido esquerdo, paralisia facial, zumbido, alteração no labirinto, olfato e fala, além de conviver com o trauma psicológico, que se estendeu também a toda família. “Mas a grande vitória foi a sua superação pois com apoio da família e amigos e com sua capacidade de adaptação, resiliência e fé, (ele) vem superando o trauma”, comemorou a mãe do médico.