Lula participará da celebração do Dia da Vitória na Rússia

Países europeus, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e Coreia do Sul, entre outros, recusaram o convite

Lula participará da celebração do Dia da Vitória na Rússia
Foto: Ricardo Stuckert/ PR/Flickr

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirma presença nesta sexta-feira (9), na Rússia, para a comemoração dos 80 anos da vitória dos aliados sobre a Alemanha nazista, e se perfilará ao lado de ditadores e de governos ultraconservadores alinhados com a política do líder russo Vladimir Putin.

Países europeus, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e Coreia do Sul, entre outros, recusaram o convite, como de hábito, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 2014.

Da América Latina, confirmaram presença os ditadores de Cuba, Miguel Diaz-Canel e Nicolás Maduro, da Venezuela. 

O primeiro-ministro da Eslováquia, Roberto Fico, ultranacionalista e conservador, é o único representante europeu ao evento e tradicional aliado de Putin, contrário à imigração e às minorias.

O presidente sérvio, Aleksander Vucic, havia anunciado presença à cerimônia, mas em virtude de doença não vai comparecer, 

Os sérvios são antigos parceiros da Rússia na disputa por influência dos cristãos ortodoxos contra os católicos croatas e os muçulmanos da Bósnia e do Kosovo.

O presidente brasileiro estará ao lado de Xi Jinping e o visitará em Pequim, na sequência. Ao lado de ambos, estará também o ditador de Belarus, Aleksander Lukashenko, aliado russo na guerra contra a Ucrânia e representantes das cinco ex- repúblicas soviéticas da Ásia Central, Armênia, Azerbaijão e Mongólia, países satélites da Rússia.

Na ampla lista de autoridades ao evento, também estarão o capitão Ibrahim Traoré, de Burkina Faso e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmuda Abbas.

Antes da invasão da Ucrânia, em 2014, líderes ocidentais prestigiavam a tradicional celebração do Dia da Vitória, que na Rússia acontece no dia 9 de maio. Na Europa a vitória contra os nazistas é comemorada no dia 8 de maio.

O Brasil justifica a presença na celebração como um esforço para mediar a paz entre a Rússia e a Ucrânia, apesar dos intensos elogios do presidente Lula a Vladimir Putin e contra o posicionamento de Volodimir Zelenski, da Ucrânia, no conflito, o que priva Lula de credenciais perante o país invadido e a Europa, além da irrelevância do Brasil no contexto do Leste Europeu.

A afinidade de Lula com Putin é vista como contraponto ao poder dos Estados Unidos.

* Fonte: CNN Brasil