Janja da Silva é problema à procura de solução

A primeira-dama do Brasil transformou-se em sinônimo de imprevidência. A antepenúltima gafe da “mulher do homem” aconteceu na China do bom conselheiro Confúcio

Janja da Silva é problema à procura de solução
Foto: Ricardo Stuckert/PR

Um marido pode enquadrar a esposa em público? Nada impede. Contudo, não se trata de atitude de civilidade. O bom senso não recomenda tal ímpeto. Mesmo porque, o ato impensado pode provocar um terremoto em escala máxima, dentro e fora do lar (nem sempre doce lar) do casal. Neste contexto, até é compreensível a submissão de Lula a Janja da Silva, quando diante da distinta plateia.

Mas, convenhamos. A primeira-dama do Brasil transformou-se em sinônimo de imprevidência. A antepenúltima gafe da “mulher do homem” aconteceu na China do bom conselheiro Confúcio.  Na ocasião, a socióloga atropelou o sagrado ritual institucional chinês e interpelou diretamente Xi Jinping sobre o Tik Tok. O descalabro aconteceu em suntuoso repasto.  A ação inesperada provocou enfado, bem na hora da comilança servida pelo governo “pequinês”.  O imprevisto fez mais barulho que o alarido de pequeno cão chino.

E, para variar, o capítulo seguinte da emenda saiu pior que o soneto. Um membro do primeiro escalão do “companheirismo” deu com a língua nos dentes e jogou a bandeirada “janjista” na frente dos holofotes.  Lula, com razão, se irritou com o vazamento da patuscada. Afinal, fofoca não é uma boa prática para ocupantes de cargos comissionados. No entanto- de derrapadas em derrapadas — Janja vai tocando o seu barco devagar, mesmo “sendo, sem nunca ter sido”. Afinal, o cargo de primeira-dama não passa de simples miragem no imenso Saara do Planalto Central. É mera peça de ficção.

Rosângela Lula da Silva, porém, parece não ter limites. A ilustre senhora não é proprietária de aparelho para medir intensidade de inconveniências. Sim, ela ainda não ganhou um desconfiômetro de presente. Num pronunciamento no Ministério dos Direitos Humanos, na semana passada, a esposa de Luiz Inácio deixou claro que sofre de incurável problema de verborragia. Confira o enunciado do teorema de Janja:  “se eu tiver a oportunidade de falar sobre um assunto com qualquer pessoa que seja, do maior ao menor grau, do mais alto nível a qualquer cidadão comum, não há protocolo que me faça calar”. Não brinque! É isso mesmo? O discurso, como se vê, é uma mistura de onipotência com soberba. Talvez um protocolo entre quatro paredes consiga conter a tagarelice de madame. A penúltima esperança é a última que morre.

O Brasil já produziu bons exemplares de primeira-dama.  Nesta coletânea, destaca-se a discreta (e não menos poderosa) Marisa Letícia Lula da Silva. Uma sublime amostra de suave elegância.

Sobre o colunista

Fernando Silva é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.

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