Tempo seco agrava problemas respiratórios e exige cuidados redobrados
Maria Maura diz que neste período do ano é de praxe o agravamento dos sintomas da bronquite
Porém, a predominância nos mais novos e mais velhos não significa que os jovens e os adultos estejam imunes às doenças causadas pelo tempo seco, principalmente, naqueles com algum problema respiratório pré-existente. É o caso da itabirana Maria Maura Ferreira, monitora aposentada de 49 anos. Ela, que já tem bronquite e está acometida por uma pneumonia, diz que neste período do ano é de praxe o agravamento dos sintomas da bronquite. Para amenizar, há uma atenção especial quanto à limpeza da residência.
“A casa não é varrida para não dar poeira. O negócio é limpar direto com o pano de chão”, afirma. Com o tempo seco, Maria Maura faz nebulizações diariamente e até evita ir para fora de casa quando os vizinhos queimam algo no quintal – prática muito comum nesta fase do ano.
O vice-presidente do Departamento de Alergologia da Associação Médica de Minas Gerais, Cláudio Oliveira Iani, explica que o grande malefício da baixa umidade é ressecar as vias aéreas, abrindo “portas” para as infecções. “A mucosa irritada pode dar entrada para vírus ou bactérias, por isso o ar seco aumenta o risco de contrair infecções.” O profissional diz que para as pessoas alérgicas, a maior quantidade de pó em suspensão no ar é um agravante dos sintomas. “Ao contrário do que muita gente pensa, o que causa a reação alérgica é o pó doméstico com ácaros acumulados em camas e sofás. O que a poeira da rua pode provocar são sintomas respiratórios, dificilmente irão desencadear uma alergia”, diz.
No caso do adolescente Alexandre Vítor Duarte Fonseca, de 14 anos, que tem adenoide, rinite e sinusite os sintomas são acentuados nesta fase. Muita tosse, dor de cabeça, pálpebras inchadas e avermelhadas e febre. Segundo sua mãe, a técnica administrativa Ivone Alves Duarte, no período chuvoso os sintomas simplesmente não aparecem.
Além de constantemente fazer a aplicação de colírio ou soro fisiológico nos olhos e nebulização com soro, a mãe conta que Alexandre adota algumas medidas para evitar os sinais. “No quarto dele não tem cortinas, bichos de pelúcia, ele dorme somente com edredom e não com cobertor e ainda coloca uma bacia de água no quarto”, contou.
Para evitar o ressecamento das mucosas pelo ar seco, o conselho do especialista é usar umidificadores (ou uma bacia com água) e ingerir muito líquido. “Essa secura faz mal para todo mundo, seja alérgico ou não. Por isso é preciso beber muita água, muito suco. Às vezes, a sonolência logo depois do almoço e no final de tarde é desidratação”, ressalta Cláudio Iani.
Proteja-se
» Beba muita água, água de coco e sucos naturais
» Prefira alimentos leves e frescos, como saladas, frutas e carnes grelhadas. Evite frituras
» Durma em local arejado. Para umedecer o ambiente, use aparelhos específicos ou coloque uma bacia com água no ambiente
» Evite atividades físicas ao ar livre e exposição ao sol entre as 10h e 17h
» Evite banhos com água muito quente, pois ressecam ainda mais a pele
» Em caso de problemas respiratórios, procure um especialista
Doenças respiratórias mais comuns:
Doença |
Descrição |
Agente causador |
Sintomas/Transmissão |
Resfriado |
Inflamação e infecção aguda do nariz e da garganta. |
Vírus. |
O contágio pode se dar através de tosse, espirro ou contato pessoal com um doente. |
Gripe |
Infecção com sintomas mais graves do que o resfriado. |
Vírus. |
Dura em média de quatro a dez dias. Provoca dores musculares, tosse, corrimento nasal, dor de garganta, febre alta e inflamação das vias respiratórias. |
Pneumonia |
Doença infecciosa aguda que pode atingir um ou ambos os pulmões, que ficam inflamados. |
Geralmente vírus ou bactérias. |
Causa febre, dificuldades para respirar, tosse com expectoração e dores no peito, palidez e comprometimento do estado geral. |
Sinusite |
Inflamação dos seios da face. |
Origem infecciosa, principalmente viral, bacteriana e alérgica. |
Os sintomas mais comuns são tosse produtiva, com catarro, congestão nasal contendo secreção esverdeada ou amarelada persistente, dor de cabeça, secreção na garganta. Pode ou não haver febre. |
Laringite |
Inflamação da laringe. |
Geralmente causada por vírus ou bactéria. |
Os sintomas são febre baixa ou moderada, rouquidão, tosse seca e dor de garganta. Pode fazer parte de vários tipos de viroses. |
Asma |
Doença inflamatória pulmonar. |
Ocorre um estreitamento das vias respiratórias decorrentes da exposição ao fumo, poluentes, ar muito frio ou substâncias que causam alergia, como o pólen, certos alimentos, perfumes e outros. |
Os sintomas são, além da tosse seca e irritativa, chiado e dificuldade para respirar. |
Bronquite |
Inflamação dos brônquios. Ocorre nas formas aguda ou crônica, sendo que a primeira surge repentinamente e tem curta duração. Os casos de bronquite crônica persistem durante anos. |
Pode ser desencadeada por vírus ou bactéria. |
Os sintomas são tosse persistente, com expectoração de catarro, e podem ser parecidos com os da asma. |
Bronquiolite |
Inflamação dos bronquíolos. |
De origem viral. O Vírus Respiratório Sincicial (VRS), com alta prevalência entre março e junho, é uma causa importante da bronquiolite. |
Apresenta-se com tosse, chiados e dificuldade respiratória. Os sintomas são parecidos com os da asma e acomete as crianças de baixa idade, na maioria dos casos. |