Após multa, secretário diz que solução é descentralizar distribuição de remédios

O secretário municipal de Saúde, Alcides Escolástico, procura maneiras de agilizar a distribuição de remédios na rede pública depois que o Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais multou a Prefeitura de Itabira por causa da falta de profissionais dessa área nos Postos de Saúde da Família (PSFs). O CRF não aceita que medicamentos sejam distribuídos sem a presença de farmacêuticos. A multa é de R$1,8 mil para cada posto.

Por causa da multa, Alcides mandou recolher todos os medicamentos nos 30 PSFs que integram a rede pública de saúde de Minas Gerais. Segundo o secretário, o Conselho de Farmácia visitou 19 deles em dois dias, no início deste mês. Depois disso, os remédios passaram a ser distribuídos apenas na Farmácia Central, próximo à Prefeitura. Agora, o secretário quer agilizar a entrega e a solução encontrada é descentralizar. Para isso, novas farmácias do município serão construídas.

A primeira dessas farmácias periféricas será no bairro Gabiroba. Segundo Alcides, o projeto já está pronto e só não começou a ser feito porque os trabalhadores da Itaurb, responsáveis pela obra, estão voltados para construção do alojamento para os moradores do bairro Drummond. No entanto, ele garante que a farmácia estará pronta em três meses.

Depois que a farmácia do Gabiroba estiver pronta, as atenções da Secretaria de Saúde vão se voltar para o bairro João XXIII. “Com a Farmácia Central e essas duas nós calculamos que já vamos atender a metade da população”, argumenta Alcides. Além dessas, a terceira farmácia periférica será no Pedreira, por causa da distância para a região central do município.

Alcides afirma que os PSFs não vão voltar a distribuir remédios. A intenção do Conselho Regional, segundo conta o secretário, era que a Prefeitura realizasse concurso público para contratar profissionais dessa área, um para cada Posto de Saúde. De acordo com ele, isso seria gasto desnecessário de dinheiro público. “Não gastaria menos de R$5 mil com cada farmacêutico (contando salários e encargos sociais, segundo Alcides). São 30 PSFs. Então você faz a conta. Seriam R$1,8 milhão por ano. Com esse dinheiro eu construo mais duas unidades. Não tem necessidade de contratar”, defende.

A multa do CRF foi de R$1,8 mil para cada posto sem farmacêutico. A Procuradoria Jurídica da Prefeitura de Itabira já recorreu da punição e aguarda decisão. O secretário mandou recolher os remédios porque, a cada visita dos conselheiros, uma nova multa seria aplicada.