Doenças respiratórias elevam em até 20% atendimento médico em Minas

  Leila Santos já sabe que o filho Roger sofre com a aproximação do inverno O inverno ainda nem começou e termômetros em Minas Gerais já registram recordes de baixas temperaturas. Para piorar, meteorologistas alertam que a umidade relativa do ar deve cair nas próximas semanas. Para milhares de mães, basta ver a previsão do […]

Leila Santos já sabe que o filho Roger sofre com a aproximação do            inverno  - (Marcos Vieira/EM/D.A Press)  
Leila Santos já sabe que o filho Roger sofre com a aproximação do inverno
O inverno ainda nem começou e termômetros em Minas Gerais já registram recordes de baixas temperaturas. Para piorar, meteorologistas alertam que a umidade relativa do ar deve cair nas próximas semanas. Para milhares de mães, basta ver a previsão do tempo para saber: é época de passar noites seguidas sem dormir para tratar das doenças respiratórias dos filhos. Alérgicos e idosos também sabem que é hora de redobrar os cuidados. Em algumas unidades de saúde, o atendimento a doentes respiratórios já aumentou 20%, segundo a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

A consultora Leila Santos, de 23 anos, já marcou presença no Hospital Infantil João Paulo II, no Centro de Belo Horizonte. Foi pedir socorro para o filho Roger Felipe Farias, de 9 meses. “Ele sofre de bronquite. Não quer comer nada. Já estou me acostumando, porque a primeira crise foi com 5 meses. Basta o tempo ficar um pouco mais frio que ele fica doente. É angustiante”, diz Leila. Ela esperou duas horas para conseguir atendimento. No fim da tarde de segunda-feira, cerca de 30 crianças aguardavam consulta médica no hospital.

A médica Tereza Cristina Silva Brant, mestre em ciências da reabilitação e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), diz que os vírus se propagam com mais facilidade no inverno. “Geralmente, as pessoas recorrem a lugares fechados para se proteger do frio. Se uma delas está gripada, o vírus será transmitido para outras. Além disso, o ar seco também propicia a propagação dos vírus”, explica. Na clínica particular em que ela atende, a procura por consultas já aumentou 50%. “Idosos, alérgicos e crianças têm menor resistência e por isso são alvo fácil dos vírus e bactérias.”

Segundo a médica, gripes, pneumonias, asma, chieiras, bronquiolite (nos bebês) são as doenças mais comuns no frio. Ela dá dicas para minimizar o sofrimento das crianças. "No inverno, o cuidado com a hidratação deve continuar. Deve-se beber muito líquido. O ar tem que chegar ao nosso pulmão com 65% de umidade. Como a média da umidade do ar está em 30%, o contraponto deve ser dado pelo nosso organismo”, diz Tereza Cristina.

Ameaças

Além disso, a médica recomenda que os ambientes estejam sempre arejados. “É preciso deixar os ambientes abertos, tirar bichos de pelúcia, não deixar animais de pelo dentro de casa e evitar locais com muita poluição. Também se deve usar edredons no lugar de cobertores e manter quartos sempre ventilados e limpos.” Outra sugestão é lavar o nariz com soro fisiológico. “Esse hábito deveria ser igual ao de escovar os dentes. Deve-se lavar o nariz duas vezes por dia com o soro. Isso ajuda a limpar as vias aéreas e umedece as narinas, para evitar sangramentos.”

A estudante Luciele da Silva, de 16, vai seguir as dicas da médica. Desde a semana passada, a filha dela, Letícia Carolina da Silva, de 1, não se alimenta direito. “Acho que ela está com dor de garganta e febre. A preocupação é tanta que não consigo dormir. Vou deixar minha casa mais arejada para ver se ela melhora”, afirmou, enquanto aguardava atendimento para a criança, no Hospital Infantil João Paulo II.

No mesmo saguão, dona de casa Tatiana Gonçalves, de 24, compartilhava o problema. “Não durmo mais. Minha filha está com febre e só chora. Vou torcer para o inverno ser menos rigoroso”, afirmou, com Emily Gonçalves, de 1, no colo.

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