Guanhães reabre hospital mas médicos ainda não retornaram ao trabalho

O Hospital Regional Imaculada Conceição, de Guanhães, que estava fechado desde o dia 29 de abril por ordem judicial expedida pela Justiça da Comarca, foi reaberto na última sexta-feira, 7 de maio, depois de agravo solicitado pela Prefeitura local. Apesar da reabertura, praticamente a casa de saúde continua sem funcionar, porque os médicos, também intimados na […]

O Hospital Regional Imaculada Conceição, de Guanhães, que estava fechado desde o dia 29 de abril por ordem judicial expedida pela Justiça da Comarca, foi reaberto na última sexta-feira, 7 de maio, depois de agravo solicitado pela Prefeitura local. Apesar da reabertura, praticamente a casa de saúde continua sem funcionar, porque os médicos, também intimados na ação judicial a retornar ao trabalho, ainda não o fizeram até a tarde desta segunda-feira, 11 de maio.
 
As estruturas montadas, por ordem judicial, nas cidades da região que pertencem à Comarca — Senhora do Porto, Dores de Guanhães e Guanhães — permanecem funcionando. Em Guanhães, onde os médicos do Posto Médico Central são praticamente os mesmos que atendem no HIC, percebe-se que preferem continuar empregados da Prefeitura e não da Associação de Caridade Nossa Senhora do Carmo, mantenedora do hospital, que tem dívida estimada em 500 mil reais com os 29 médicos de seu quadro clínico. O total da dívida soma R$ 3,8 milhões, segundo a direção da entidade.
 
Ainda na sexta-feira, data de reabertura do HIC, centenas de guanhanenses saíram à rua em manifestação pelo retorno das atividades normais do hospital, que tem 145 funcionários, trabalhava com 29 médicos e atende a 23 cidades.
 
A provedoria mudou também, recentemente. No momento, está sob a responsabilidade do empresário Guido Carvalho Júnior.
 
O fechamento do HIC se deu por conta de pedido do promotor de Justiça Márcio Kakumoto em liminar expedida pelo juiz da Comarca Luiz Flávio Ferreira. Paralelamente à ação do Ministério Público, a Prefeitura de Guanhães e mais 22 outras da região que pertencem ao Consórcio Intermunicipal de Saúde do Centro-Nordeste (Ciscen), entraram com ação solicitando o retorno dos médicos.
 
De acordo com o administrador Ricardo Pimenta Figueiredo, contratado recentemente para desenvolver trabalho na associação mantenedora, os três municípios — Guanhães, Dores de Guanhães e Senhora do Porto — foram citados na liminar como obrigados a criar uma infraestrutura de atendimento de 24 horas, porque, evidentemente, são os três únicos da comarca guanhanense. Os outros 20 continuam atendendo como antes, distribuindo os seus pacientes para as cidades mais próximas e adequadas.
 
Em Virginópolis, a 30 quilômetros, o Hospital São José, que tem 51 leitos, está recebendo pacientes da região e dando conta deles, de acordo com informações transmitidas por sua direção. Sabinópolis, a 20, já fazia atendimento a doentes de outras cidades faz tempos, informou uma fonte da Prefeitura de Dores de Guanhães.
 
O secretário de Saúde da Prefeitura, farmacêutico Moacir Teixeira Rosa Soares, disse a DeFato que a cidade manda pacientes para Itabira, mas que é o mínimo. “Quando chegamos à conclusão de que o problema é grave, o doente é encaminhado para Belo Horizonte, porque tanto BH quanto Itabira são cidades distantes”, explicou.

As cidades que mais sofrem os reflexos da crise são Sabinópolis e Virginópolis, a 20 e 30 km, respectivamente. Na primeira, o Hospital São Sebastião, com 50 leitos e seis médicos atendendo durante a semana, está necessitando contratar reforços de Belo Horizonte nos finais de semana, de acordo com a secretária Luciana Mesquita Simões; na segunda, o Hospital São José, com 51 leitos e o mesmo número de médicos, está tentando dar conta, informa a diretora clínica Eliane Perez Ramos.

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