AngloGold Ashanti começa a testar nova jornada de trabalho para seus funcionários

A medida prevê expediente de 4×3, com os funcionários administrativos tendo quatro dias de trabalho e três de descanso

AngloGold Ashanti começa a testar nova jornada de trabalho para seus funcionários
Foto: Gleison Chaves/AngloGold Ashanti

Neste ano em que completa 190 anos de Brasil, a AngloGold Ashanti, mineradora de ouro, altera a sua escala de trabalho. A medida, que passou a valer a partir de segunda-feira (22), prevê expediente de 4×3, ou seja, todos os funcionários do administrativo terão quatro dias de trabalho e três de descanso.

O vice-presidente de Recursos Humanos da AngloGold Ashanti, Felipe Fagundes, afirma: “Vimos que temos condições de combinar a tradição com a vanguarda. Até porque, se olharmos ao longo da história da empresa, apostamos em inovação em vários aspectos que nos ajudaram a chegar até aqui. O principal objetivo é preparar e deixar a companhia um pouco mais madura para a experiência que acreditamos que possam fazer parte do futuro do trabalho. Não vamos tirar benefícios, nem tampouco diminuir salários, além disso, vamos manter o regime híbrido para os 4 dias de trabalho, sendo dois dias no presencial e dois dias de home office”.

Segundo Fagundes, para se chegar nessa fase de teste com o time mais preparado, “tomamos algumas iniciativas, como eliminação de reuniões às sextas-feiras e até orientação para que um dos três dias de home office fosse realizado neste último dia da semana. Fomos forçados pela pandemia, assim como todas as empresas, a adotar o trabalho home office, e no retorno percebemos que com o regime híbrido é possível desafiarmos o model conceitual de trabalho sem perdas na produtividade. Com essa experiência, chegamos ao consenso de que trabalho para nós não é mais medido em horas trabalhadas ou por lugar, mas sim pela entrega de resultado sustentável”.

Fagundes salienta que a flexibilização da jornada de trabalho, apesar de começar pelo administrativo, é de que se expanda até os funcionários do operacional, tanto aqui no Brasil, com 3.800 empregados, e na Argentina, onde a mineradora conta com 1.200 colaboradores. Cerca de 500 funcionários compõem o quadro administrativo e se encontram no escritório brasileiro.

“Queremos quebrar o paradigma de trabalho para a operação, por isso estamos testando a escala de 4×4 para o operacional, em que trabalham 12 horas por 4 dias e folgam 4 dias. Os resultados têm sido positivos com essa escala, entre as diversas combinações que temos para essa área que tem que produzir 24 horas”, afirma o vice-presidente de RH.

Fagundes lista duas situações de receio do RH com a nova escala: “O primeiro será manter ou melhorar o nível de qualidade das entregas e a segunda é se haverá muito impacto na vida dos funcionários ao trabalhar 1h30 por dia a mais de segunda a quinta”.

“Manteremos uma escuta ativa semanal para entender se essa escala fará sentido para o nosso time e para os nossos negócios. Em empresas de tecnologia, já vimos que é mais comum essa flexibilidade na gestão de trabalho, mas agora queremos fazer uma contribuição para o ramo industrial e, se der certo na mineradora, o modelo poderá ser adotado em siderurgias e outros segmentos industriais”, completa.

A experiência no modelo 4×3 da mineradora terá uma duração de dois meses, com conclusão no final de junho, sem ajuda de empresas terceirizadas. Se os resultados forem positivos, a implementação da nova escala para o trabalho administrativo já tem previsão de início, e deve começar ainda no segundo semestre, entre agosto ou setembro.

As operações da AngloGold Ashanti no Brasil respondem por cerca de 13% de toda a produção global de ouro do grupo. Em 2023, a companhia produziu 490 mil onças de ouro nas operações na América Latina e 338 mil onças só no Brasil. A sede da empresa fica em Londres, no Reino Unido, e tem atuações em nove países, com dez operações, com minas e plantas metalúrgicas e de beneficiamento em Minas Gerais e Goiás. Suas ações são negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (EUA), Joanesburgo (África do Sul) e Gana.

Fagundes finaliza dizendo: “Em nenhum momento falamos que estamos 100% seguros de que vai dar certo a escala 4×3, mas decidimos desafiar o novo. Tem muita coisa que uma empresa centenária apostou e arriscou para se manter o mercado por 190 anos, esse movimento de gestão será mais um desses passos”.

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