Após denúncia de mineração ilegal, Codema nega licença ambiental para empresa que pretendia extrair rochas em Itabira
Além de dragas da mineração, garimpeiros de ouro também atuavam na área localizada na faixa oeste do município de Itabira
Após verificar uma forte denúncia de mineração ilegal, o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema) de Itabira vetou um pedido de licenciamento ambiental movido pela Mineração Sabaru para a retirada e exploração de rochas ornamentais e de revestimento (como brita e cascalho), na localidade de Bocaina, próximo ao rio Santa Bárbara. A decisão do Codema foi tomada na última sexta-feira (18).
O local em questão está inserido em um território abrangido pela Área de Proteção Ambiental Municipal (APAM) Piracicaba, na faixa oeste do município de Itabira. Segundo a denúncia apresentada pelo conselheiro Glaucius Detoffol Bragança, foi comprovado através de imagens de satélite que parte do local estava sendo degradado desde 2018 – tendo sua destruição ampliada ano após ano.
Relatos da Polícia Militar do Meio Ambiente e a visita de uma equipe técnica da Secretaria de Meio Ambiente constataram que o ator causador da destruição era um empreendimento minerário (com operação já finalizada), que não possuía nenhuma licença para atuação no local. Técnicos da Secretaria de Meio Ambiente informaram que a Sabaru cedeu o espaço para a empresa, mas não tinha conhecimento do problema.
Justo a isso, conforme apurado com a polícia, além das dragas da mineração, garimpeiros de ouro também estavam utilizando a área. “Já identificamos algumas [dragas] e tomamos as medidas cabíveis, como a destruição e em alguns casos, a autuação e apreensão”, informou a PM em uma nota enviada ao Codema.
Após a apresentação da denúncia, 14 membros do Conselho rejeitaram o licenciamento ambiental para a mineradora.
Saiba mais
A APAM Piracicaba está situada na faixa oeste do município de Itabira, que corresponde à bacia hidrográfica do Rio Do Peixe e afluentes do Rio Santa Bárbara. Todos os cursos d’água existentes nos limites da Unidade de Conservação são contribuintes secundários ou afluentes diretos do Rio Piracicaba. Este, por sua vez, é um importante curso d ‘água do médio-alto Rio Doce.
Assim, as ações que ocorrem no interior da APAM Piracicaba geram reflexos e podem impactar as águas do Rio Piracicaba, que, por sua vez, podem impactar as águas do Rio Doce.