Balanço do Agro Mineiro em 2024: café lidera com R$ 36,03 bilhões e setor registra crescimento
O presidente da FAEMG também destacou o compromisso da agropecuária em Minas Gerais, promovendo ações sustentáveis com foco na preservação ambiental
Na manhã desta terça-feira (17), Antônio Pitangui de Salvo, presidente do sistema da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), apresentou o balanço anual do agro mineiro, durante uma coletiva de imprensa, na sede da organização em Belo Horizonte. O setor conseguiu superar às adversidades climáticas, alcançando crescimento de 7,6% em relação a 2023. Confira o detalhamento dos principais resultados de 2024.
Resultados de destaque
No ano de 2024, o agro mineiro novamente se manteve como uma base para a economia do Estado, mesmo diante de um crítico cenário climático. O Valor Bruto da Produção (VBP) do setor alcançou a marca de R$ 150,33 bilhões, um crescimento de 7,6% em relação a 2023. O setor agrícola foi responsável por R$ 95,6 bilhões desse total (67,6%), enquanto o setor pecuário respondeu por R$ 54,76 bilhões (36,4%).
Alguns itens apresentaram maior destaque de produção, são eles:
- Café: R$ 36,03 bilhões (23,97% do VBP);
- Pecuária de leite: R$ 25,96 bilhões (17,27%);
- Soja: R$ 16,24 bilhões (10,8%);
- Pecuária de corte: R$ 15,66 bilhões (10,42%);
- Cana-de-açúcar: R$ 11,45 bilhões (7,62%).
Produtos como algodão, batata, cebola e laranja também apresentaram uma variação positiva em relação ao ano anterior.
O Queijo Minas Artesanal (QMA) obteve um volume estimado em 18.959 toneladas por ano. A cachaça de alambique, com um montante total de produção por safra que atinge cerca de 4,0 milhões de litros, também gerou destaque para Minas Gerais.
Exportações em alta
A agropecuária mineira alcançou US$ 14,17 bilhões em exportações até outubro, um aumento de 17,8% em valor e de 10,9% em volume. Destinados a 169 países, os produtos mineiros consolidaram o estado como líder em qualidade e competitividade. Destaques:
- Café: principal produto exportado, representando 43,7% do total (US$ 6,19 bilhões em valor e 25,1 milhões de sacas enviadas);
- Complexo soja: 22,1% das exportações do agro (US$ 3,14 bilhões);
- Derivados da cana-de-açúcar: 14,3% (US$ 2,03 bilhões, com crescimento de 29%);
- Carnes: 8,9% (US$ 1,26 bilhão, aumento de 9,9%).
O presidente destacou que a elevação da cotação do dólar favoreceu as exportações, mas também encareceu os insumos importados, impactando os custos de produção.
Compromisso com a sustentabilidade
Durante a coletiva, Antônio de Salvo reforçou o compromisso do setor agrícola com a sustentabilidade. Além das áreas de proteção permanente (APPs), é regulamentado que 20% do campo de propriedade seja destinado à preservação ambiental. O presidente também destacou as parcerias feitas com as mineradoras para recuperar as áreas degradadas pela mineração.
“O agro é sustentável e vamos continuar trabalhando e mostrando isso de forma ainda mais firme, para compreender que o que nós produzimos de alimento, além de sequestrar carbono, melhorar o ar que nós vivemos, produz comida para a gente sobreviver”, afirma.
Perspectivas para 2025
Com a expectativa de novos recordes nas exportações e a promoção de eventos como a Semana Internacional do Café, o agronegócio mineiro segue se fortalecendo. O Sistema FAEMG/SENAR planeja intensificar iniciativas voltadas para a sustentabilidade, capacitação e apoio aos produtores, garantindo que o setor continue sendo um dos suportes para o desenvolvimento de Minas Gerais.