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LoL: Kami comenta retorno ao competitivo e parceria com Tinowns
Gabriel “Kami” Bohm anunciou seu retorno ao competitivo na última sexta-feira (6). O midlaner é bicampeão brasileiro de League of Legends e uma das figuras mais populares de todo o esporte eletrônico do país. Em entrevista exclusiva ao PlayTimes, Kami comentou sua participação ao lado de Thiago “tinowns” Sartori, comentou o nível atual do CBLoL […]
Gabriel “Kami” Bohm anunciou seu retorno ao competitivo na última sexta-feira (6). O midlaner é bicampeão brasileiro de League of Legends e uma das figuras mais populares de todo o esporte eletrônico do país. Em entrevista exclusiva ao PlayTimes, Kami comentou sua participação ao lado de Thiago “tinowns” Sartori, comentou o nível atual do CBLoL e deu informações sobre a importância do patrocínio da Gillette.
Questionado primeiramente se a decisão de voltar a jogar agora partiu do próprio jogador, Kami acenou que sim. “Quando eu parei foi justamente para poder focar a minha vida em coisas que não eram relacionadas à LoL e a estar competindo, estar sempre sob pressão e tal”, comenta. “Agora tô com a cabeça clara para voltar. Acho que esse foi um momento muito bom, o público gostou muito, então acho que foi o momento certo de voltar. Para mim, era”.
Atual midlaner da paiN Gaming, tinowns possui uma champion pool similar à de Kami. Perguntado no que isso pode influenciar na equipe, Gabriel Bohm afirmou que as coisas são diferentes do que o público pensa. “Eu acho que ajuda, porque não é necessariamente só sobre champion. Na verdade, acho que é bem longe disso, como as pessoas imaginam normalmente”, afirma. E continua: “Pense que você tem dois top laners, o X e o Y. Se eles jogam com coisas muito diferentes e distintas, na hora de você fazer um draft contra o time você vai ter muita vantagem sabendo com quem você tá jogando contra. ‘Bom, se eu estou jogando contra o X eu preciso banir esses champions, se eu estou jogando contra o Y eu preciso banir esses’. Então, eu acho que é muito melhor quando os dois jogam com todos os champions que são possíveis”.
Kami deixou o competitivo em 2017. Seu retorno pegou muitos de surpresa, até mesmo alguns da própria paiN. “Foi uma surpresa para muita gente, até mesmo para algumas pessoas do time, então eles não sabiam que, do nada, eu ia estar jogando com eles. Agora sim que a gente vai começar a fazer esse processo de preparação para ter um primeiro split (de 2020) sólido. A gente tem que aproveitar essa janela de tempo oportuna agora da melhor forma possível para não se preocupar lá na frente”.
Além da final do CBLoL e do retorno de Kami, outro anúncio do final de semana no League of Legends foi a aposentadoria de Murilo “takeshi” Alves, veterano brasileiro. Apesar de não conquistar nenhum título de CBLoL, o Capitão está no cenário há muito tempo e, segundo Kami, é muito respeitado. “Eu não acho que respeito se exija, acho que respeito se conquista. Eu tenho certeza que o Takeshi é extremamente respeitado pelo cenário. E foi muito triste ele se aposentando e tal, especialmente para mim foi bastante, porque a gente meio que começou juntos quando não tinha cenário, não tinha estruturas”, diz. ” É meio triste não jogar contra o Takeshi, porque eu voltei e ele parou, a gente não vai se enfrentar mais. Mas tenho certeza que ele vai continuar aí, ativamente no cenário, de uma forma ou de outra, porque ele vai ver, assim como eu, que não tem como você se afastar. Não dá”.
Nesses dois anos de afastamento de Kami, muita coisa mudou no cenário brasileiro de League of Legends. O formato da fase de pontos mudou, com os jogos agora acontecendo em três turnos de melhores de um (MD1). O midlaner comentou as alterações. “Pessoalmente eu não gosto de MD1, mas talvez eu prefira MD1 do que MD2, como era na minha época”, afirma. “No mundo ideal seria como é na LCK, com quinhentas mil partidas por split, MD3 e tudo, ida e volta e tal, mas não é. Acho que nem seria legal para nosso cenário ainda, ainda que mais para frente é algo que se pode pensar”.
Não somente o formato do CBLoL mudou, mas o desempenho internacional também caiu. “Na gameplay ele (cenário nacional) definitivamente está fraco, porque quando a gente vê os nossos times jogando contra time de fase de acesso, de entrada para campeonato internacional lá fora a gente perde feio, né, não é nem disputado às vezes”, expressa Kami. “Na verdade, não acho que a gente piorou de 2015 para cá, acho que a gente não evoluiu tão rápido quanto o resto do mundo, nas regiões menores que eram dominadas pelo Brasil na época. Então, acho que a gente precisa olhar, fazer uma auto-crítica no nosso cenário e ver o que precisa fazer, ver o que precisa ser feito. Por que o Japão, que era uma região que ninguém botava fé, começou e agora tá melhor que a gente? Isso que a gente precisa descobrir”.
A volta de Kami foi trazida à tona pelo patrocinador pessoal do jogador, a Gillette. Patrocínios exclusivos são comuns nos esports em outras regiões do mundo, mas não acontece com a mesma intensidade no cenário nacional. Esse tipo de apoio, para Gabriel Bohm, serve de motivação extra para o retorno e melhor rendimento do atleta. “Ajuda demais! Assim, ter uma marca como a Gillette por trás, uma marca que sempre acreditou no esporte tradicional e agora está acreditando no esporte eletrônico, isso é muito bacana. Imagina, você está voltando e vem a Gillette e fala ‘confio no seu trabalho, vou te apoiar nisso’. É isso que significa ser embaixador da Gillette. Então eu me sinto muito feliz com isso e definitivamente é algo que me motiva e vai continuar me motivando a dar meu melhor, meu máximo nessa volta”, conclui.
Entrevista por: Max Alexandre Rodrigues