UFMG recruta voluntários, de preferência gays de 15 a 19 anos, para testar novo método contra o HIV

  A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está recrutando voluntários para a pesquisa sobre a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP). Trata-se da segunda etapa do estudo, coordenado pela Faculdade de Medicina. Na primeira etapa já foi comprovada a eficiência na prevenção ao HIV em adultos. Agora, o teste busca avaliar o medicamento em jovens de […]

UFMG recruta voluntários, de preferência gays de 15 a 19 anos, para testar novo método contra o HIV
Foto Pixabay

 

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está recrutando voluntários para a pesquisa sobre a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP). Trata-se da segunda etapa do estudo, coordenado pela Faculdade de Medicina. Na primeira etapa já foi comprovada a eficiência na prevenção ao HIV em adultos. Agora, o teste busca avaliar o medicamento em jovens de 15 a 19 anos com maior vulnerabilidade à infecção pelo vírus.

Por isso, os pesquisadores estão recrutando participantes dentro dessa, sobretudo homens que fazem sexo com outros homens, gays e mulheres trans. Interessados em participar da pesquisa devem entrar em contato pelo (31) 99726-9307 para agendar uma entrevista. A meta é recrutar 200 jovens até o final de novembro. Os participantes serão acompanhados no Centro de Referência da Juventude de Belo Horizonte.

As informações foram divulgadas pela universidade no site da instituição e da Faculdade de Medicina, e informa que o objetivo é certificar a aceitabilidade e implicações da PrEP entre os jovens.  A UFMG divulgou que, em dez anos o índice de detecção de aids quase triplicou na faixa etária de 15 a 19 anos, passando de 2,4 casos por 100 mil habitantes, em 2006, para 6,7 ocorrências 2016 casos, com base nos dados do Ministério da Saúde.

“Queremos entender de forma mais sistemática se esse grupo irá aderir a PrEP, se o número de novas infecções reduzirá, se eles continuarão a usar outros métodos preventivos para as demais infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e os efeitos colaterais”, explica co-coordenador da pesquisa e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Unaí Tupinambás.

Políticas públicas 

Os resultados da pesquisa serão um passo importante para a formulação de políticas públicas para essa faixa etária e para a expansão da oferta do medicamento, atualmente disponibilizado para pessoas acima de 18 anos com risco acrescido da infecção pelo HIV. De acordo com professor Unaí, 

Em adultos, o estudo realizado pela Faculdade de Medicina da UFMG comprovou a eficácia de 95% para a prevenção do HIV. Com isso, a PrEP passou a ser disponibilizada pelo SUS para algumas populações prioritárias. O medicamento deve ser usado diariamente e tem efeito protetivo após sétimo dia de uso em relações anais e após 20 dias em relações vaginais. “Gosto de fazer um paralelo com o uso de anticoncepcionais, que para ter eficácia garantida, tem que ser usado regulamente. Esse método é chamado de prevenção combinada, onde a pessoa pode combinar com outros métodos, uma vez não protege contra outras ISTs”, esclarece o professor Unaí Tupinambás.

Recrutamento

Conforme informações da UFMG, o recrutamento dos jovens será realizado por uma equipe de educadores, que fará a abordagem dessa população em pontos comuns de sociabilização. Também esperam receber indicação de pessoas que já conhecem o conhecem o programa ou por adesão espontânea. Os voluntários selecionados para participar da pesquisa iniciam o uso da PrEP.  Eles terão de retornar a primeira vez em 30 dias para o acompanhamento e, depois, a cada três mês.

Aqueles que optarem por não fazer o uso do medicamento, vão receber orientações, participam de rodas de conversas, distribuição de preservativos, testagem rápida de HIV, entre outras atividades. De acordo com a UFMG, é possível se desligar da pesquisa a qualquer momento, sem nenhum prejuízo para essa pessoa.

Além do professor Unaí, a pesquisa também é coordenada pelo professor aposentado do Departamento de Clínica da Faculdade de Medicina, Dirceu Greco, membro do Comitê Internacional de Bioética do Unesco-Paris. A nova etapa do estudo também ocorre na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Federal da Bahia (UFBA), com financiamento do Ministério da Saúde e da Unaids – órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

 

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