Planejamento financeiro é fácil e está ao alcance de qualquer pessoa
A técnica para organizar as contas não é um bicho de sete cabeças. Economista e professor dá algumas dicas
Renda, gastos, dívidas, sonhos. Tudo precisa caber dentro do que ganhamos. Mas, para tornar estes objetivos tangíveis, preste atenção nestas dicas de quem entende do assunto.
Economista e professor do curso de Administração da Faculdade Una Sete Lagoas, Wagner Cardoso, inicia as orientações pela lógica — mas que muita gente ainda não parou para analisar: “quanto você ganha ou pode ganhar depende do seu trabalho e das fontes de renda que possui”. Porém, para analisar este cenário com mais objetividade é importante saber o significado de dois termos: renda bruta e líquida.
A renda “bruta”, expõe o professor, é o valor total que você recebe antes dos descontos. Já a renda “líquida” é o valor que você efetivamente recebe após os descontos. É importante saber quanto realmente você ganha, para ter controle sobre suas finanças, incluindo os descontos que podem ocorrer. O professor sinaliza ainda que, se você possui outras “fontes de renda”, como um imóvel de aluguel, por exemplo, é recomendável considerar este valor na soma.
Evite ou controle as dívidas
É possível se livrar das dívidas, mas requer disciplina e planejamento financeiro. E esta é a dica número um. Cardoso explica que as dívidas podem ser geradas por várias razões, como o uso excessivo do cartão de crédito, contas atrasadas ou parcelamentos. “O melhor caminho para se livrar das dívidas é evitar gastos desnecessários, criar um orçamento e destinar uma parte do seu dinheiro para o pagamento das dívidas”, ensina o professor da Faculdade Una, instituição integrante do Ecossistema Ânima.
Ciente do quanto as dívidas são nocivas, o segundo passo é identificar no planejamento o custo de vida, que varia de pessoa para pessoa. Este inclui os custos fixos e básicos como aluguel, contas de água, luz, internet, alimentação, transporte, entre outros.
Já os custos variáveis são aqueles que podem mudar de acordo com as suas escolhas, como lazer, compras extras e entretenimento. “É importante identificar e controlar esses custos para ter uma visão clara de quanto você gasta mensalmente e poder planejar seu orçamento de forma mais eficiente”, pondera.
Depois das dívidas, um dos pontos igualmente nocivos no planejamento financeiro são os gastos supérfluos. Dica para evitá-los, tem? O professor da Una Sete Lagoas garante que sim. “Gastos supérfluos podem ser evitados. Eles incluem compras impulsivas, refeições fora de casa em excesso, assinaturas de serviços que não são utilizados, entre outros”.
“Para evitar esses gastos, é importante ter consciência das suas necessidades reais e priorizar o que é essencial”, restringe. E com as metas do planejamento em mãos, é possível ter um estímulo para evitar a gastação que prejudica e pode qualquer levar qualquer pessoa — com renda baixa ou mesmo elevada — à ruína financeira.
Sobrou um dinheirinho
Dinheiro na mão, sem dívidas e com as contas essenciais em dia, qual a melhor opção com o que sobra? Torrar tudo no bar, na balada, comprar um mimo ou guardar, afinal, a economia no Brasil é sempre incerta?
O economista Wagner Cardoso recomenda considerar aquelas opções que possam trazer benefícios a longo prazo. “Guardar esse dinheiro pode ser uma opção inteligente, pois a economia no Brasil pode ser incerta e ter uma reserva financeira para imprevistos ou investir em algum produto financeiro pode ser uma escolha mais segura do que gastar tudo de uma vez”, reflete.
Mas se você quer fazer aquele agrado para quem lhe é leal e amigo toda vida, isso também vale. “Porém… Desde que seja dentro das suas possibilidades financeiras”, diz o professor da Una Sete Lagoas.