Concursos: métodos de estudo e o cuidado com o óbvio

Segundo os especialistas, há certas técnicas que relativamente podem otimizar o tempo e alavancar o rendimento do aluno

Concursos: métodos de estudo e o cuidado com o óbvio
Concursos: métodos de estudo e o cuidado com o óbvio

No mercado de concursos públicos é muito comum a adoção de técnicas, métodos e fórmulas que pretendem ensinar o estudante a estudar melhor. Segundo os especialistas, há certas técnicas que relativamente podem otimizar o tempo e alavancar o rendimento do aluno.

É claro que não existem regras universais: alguns métodos podem ser excelentes para uns e péssimos para outros, como diz o convidado para falar sobre o tema, Professor Felipe Duque.

Qual o método de estudos que você indica?

Felipe Duque: Um olhar para dentro, inicialmente. E isso é tão raro. Porque nós queremos sempre passar no tempo mais rápido, isso é legítimo. Só que isso não pode implicar ir atrás de atalhos ou de métodos milagrosos, superficiais e enxertados de marketing que desconstruam sua essência. Perceba, se o estudante simplesmente analisar como ele absorve melhor o que lê, já temos um método completamente pessoal e único. Sem essa de padronizar desconsiderando a história de cada um. Porque veja, eu comecei antes de estudar, aprendendo a como se estuda. Mas, hoje se você fizer uma pesquisa na internet sobre método de estudos… há tantas técnicas diferentes e, às vezes, criados para mostrar o trivial, mas com roupa (nominal) de “método x” porque isso é “técnica de vendas”.

E o risco é de não fazer uma pergunta tão simples e óbvia antes de qualquer coisa: “eu, Felipe, como eu aprendi minha vida toda, até agora?” Meu receio é de uma pessoa atrelada a métodos, fórmulas, técnicas e dissociada da importante qualidade do aprendizado independente do jeito. A questão não é, “olha eu tenho uma fórmula”, e sim “olha eu aprendi e absorvi a matéria”. Nessa disciplina, com base na minha experiência preferi ler livros. Na outra, apenas vi vídeo. Naquela, fiquei na lei… Mas, aprendi.

Como tentar encontrar seu melhor método?

FD: Sinceramente, de maneira simples e óbvia. Leitura, revisão e testar a fixação do conteúdo. Adote a técnica que você quiser. Apenas perceba se aquilo está te fazendo caminhar. “Ah, está muito lento?”. Nós temos a percepção de quando fazemos algo com muito coração, ainda está devagar. Mas, calma. Estou devagar mas inteiro! Importantíssimo. E esse é o desafio de nossos tempos atuais. Permanecer na constância do aprendizado

Então, vamos lá: primeiro, escolher o que merece sua credibilidade. Não é porque o primeiro link que contém o “anúncio” do Google te diz que ali está o método mais incrível que você vai clicar, né? Que tal nós começarmos um Raio-X das nossas vivências de antes? Aposto que você achará uma metodologia brilhante.

Então, qual o cuidado dos métodos aos estudantes?

FD: Como já disse um sábio, “só fazemos melhor aquilo que repetidamente insistimos em melhorar”. Ao invés de nos apegarmos ao método, se apegue ao conteúdo. Deixe que os métodos gritem, inclusive depois que você encontrar o seu e alguém vir te criticar. Na verdade, você já tem um método, apenas não sabe que sabe. Deixe de olhar para os fogos e escutar o vendedor de ovos na rua, foque em aperfeiçoar aquela sensação de concentração intíma.

Você já pensou em desistir?

FD: Desistir? Quase todos os dias. Eu gostava de parafrasear Cora Coralina nessas horas pois eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério. “É que tem mais chão nos meus olhos do que cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça”.

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