Correios têm prejuízo recorde e encontra-se à margem da insolvência
Os Correios decretaram em outubro um limite de gastos para 2024, de até R$ 21,96 bilhões. A decisão foi informada aos gestores em 11 de outubro e o documento colocado sob sigilo
Atual gestão dos Correios sob o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de janeiro a setembro, acumula um prejuízo de R$ 2 bilhões, quase superando o prejuízo da administração Dilma Rousseff (PT), em 2015, de R$ 2,1 bilhões.
O presidente da estatal é o advogado Fabiano Silva dos Santos (47), indicado ao cargo pelo Prerrogativas, um grupo de advogados simpáticos ao presidente petista que atuou e ainda segue atuando contra as acusações de processos da operação Lava Jato.
Fabiano mantém estreita amizade com o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro José Dirceu.
Fabiano, entre os colegas advogados, é conhecido como o “churrasqueiro de Lula” e, juntos, farão sua festa de fim de ano em 6 de dezembro, com a presença de Lula e da primeira-dama, Janja, que na oportunidade será homenageada.
Em face à deterioração das contas, os Correios decretaram em outubro um limite de gastos para 2024, de até R$ 21,96 bilhões. A decisão foi informada aos gestores em 11 de outubro e o documento colocado sob sigilo.
Algumas ações foram determinadas para reduzir o saldo negativo nas contas:
suspender contratação de pessoal terceirizado por 120 dias- apesar de ter milhares de funcionários, os Correios contratam mão de obra extra em algumas situações.
cortar preços de contratos- renegociar e reduzir, no mínimo, 10% dos valores dos acordos vigentes.
encerramento de contratos- prorrogação só poderá ser feita com a economia das renegociações.
A expectativa de receitas dos Correios era de R$ 22,7 bilhões em 2024, mas uma reavaliação estimou em R$ 20,1 bilhões, que, mesmo que o limite de gastos seja atingido, ainda haverá um prejuízo de algo próximo de R$ 1,7 bilhão.
Justificando as medidas, os Correios pretendem evitar a insolvência da empresa e a necessidade do resgate pelo Tesouro Nacional.
“Tais medidas visam, fundamentalmente, a recompor o saldo orçamentário/caixa para retomada do equilíbrio econômico-financeiro e evitar que a empresa entre em insolvência”, diz parte do texto do documento.
O Poder360 revelou, em novembro, a desistência dos Correios de recorrer em uma ação trabalhista no valor de R$ 600 milhões, em 2023 e, em manobra contábil, “empurraram o prejuízo” para 2022. O caso está sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Em outra ação trabalhista de cerca de R$ 400 milhões foi menosprezada pelos Correios, que optou por pagar o valor demandado pelos funcionários.
Em 2024, a empresa também assumiu uma dívida do plano de aposentadoria de seus funcionários, se comprometendo transferir R$ 7,6 ao Postalis, o fundo de pensão dos seus empregados.
Os Correios atribuem a atual situação financeira à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de 2019 a 2022 e incluem também a política adotada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), com a queda nas importações, com menos encomendas a serem despachadas pelo país, atingindo a receita da instituição.
A justificativa dos Correios atribuindo o prejuízo ao ex-presidente Bolsonaro, em 3 dos 4 anos do seu governo foram de lucro na empresa.
Apesar do rombo deste ano, os Correios abriram concurso público para contratação de 3.511 funcionários, com salários de R$ 2.429, a R$ 6.872,48 e informaram também que contratos não foram rompidos e demissões não foram realizadas.