Crítica infeliz e desafinada: fala de vereador sobre apresentação de Lara Drummond repercute na Câmara

O que era para ser apenas mais uma apresentação cultural de Natal em Ipoema acabou se transformando em um debate público que extrapolou o palco e ganhou as redes sociais, a tribuna da Câmara Municipal de Itabira e a opinião da população. No centro da polêmica estão a cantora Lara Drummond e o vereador Luiz Carlos (MDB), que, com um celular na mão, resolveu atravessar o limite do razoável e da responsabilidade.

Após se apresentar no acendimento das luzes de Natal do distrito, no sábado (6), Lara se viu no meio de uma repercussão negativa provocada por um vídeo publicado pelo vereador, na terça-feira (9). Nas imagens, Luiz Carlos critica a estrutura do evento, a decoração e classifica o show como “horrível”. O vídeo rapidamente ganhou alcance nas redes sociais e gerou uma onda de comentários, muitos deles direcionados à cantora.

Diante da repercussão, Lara publicou um vídeo relatando tristeza com a forma como a crítica foi feita. Segundo ela, não se trata de rejeitar opiniões contrárias, mas de alertar para o peso que a fala de um agente público pode ter sobre o trabalho de um prestador de serviço. A cantora afirmou, inclusive, que a exposição negativa chegou a preocupar contratantes e poderia impactar futuros compromissos profissionais.

Repercussão

O caso chegou à Câmara Municipal na última terça-feira (16), quando Lara recebeu uma moção de aplausos, proposta pela vereadora Dulce Citi (PDT). Convidada a usar a tribuna, a cantora falou sobre sua trajetória, família, maternidade e projetos sociais, como o lançamento do projeto de ecoterapia previsto para fevereiro, em Santa Maria de Itabira. Em sua fala, reforçou que aceita críticas, desde que feitas com responsabilidade e base em fatos. “Não gostar é uma opinião pessoal. Agora, quando isso ganha uma proporção tão grande, partindo de uma pessoa pública, isso pode fechar portas”, afirmou.

O vereador Luiz Carlos se posicionou, dizendo que sua intenção não foi atacar a cantora, mas apontar falhas na estrutura. Também afirmou que críticas fazem parte do papel do vereador e que não se deve “vitimizar” diante de avaliações negativas. “Onde tem dinheiro público, o vereador tem que fiscalizar”, declarou.

O detalhe é que, após a repercussão, o vídeo em que o parlamentar classifica o show como “horrível” foi excluído ou arquivado, permanecendo apenas a publicação com críticas à decoração e à estrutura do evento.

No fim, a polêmica não girou apenas em torno das caixas de som em Ipoema, mas do peso que uma opinião pública pode ter quando parte de quem ocupa um cargo eletivo.