Daniel Alves foi convocado a comparecer ao Tribunal Superior de Barcelona na quinta-feira (22), segundo o jornal espanhol La Vanguardia. Todas as partes envolvidas no processo de acusação contra o brasileiro por agressão sexual foram chamadas, incluindo Elisabet Jiménez, promotora e advogada da denunciante, e também a defesa de Daniel Alves, representada pela advogada Inês Guardiola.
Há possibilidade de que a sentença já tenha sido finalizada pelo tribunal, presidido pela juíza Isabel Delgado. Daniel passou por três dias de julgamento e agora aguarda a decisão dos magistrados. Ele está preso desde 20 de janeiro de 2023, quando se apresentou para esclarecimento de um provável estupro.
Acusado pelo suposto crime contra uma jovem em um banheiro de uma casa noturna da cidade de Barcelona em dezembro de 2022, o julgamento do ex-jogador brasileiro terminou no último dia 7, com o depoimento do brasileiro, que chorou durante a sua fala e afirmou que a relação da qual é acusado foi consensual.
Durante depoimento, Daniel Alves também afirmou que consumiu bebida alcoólica naquela noite e disse, em juramento, que não forçou a denunciante a entrar no banheiro onde a suposta agressão sexual teria ocorrido. A defesa do jogador brasileiro pediu sua liberdade condicional e absolvição.
A pena para este tipo de crime na Espanha é de até 12 anos de reclusão, mas o Ministério Público pede nove anos de prisão. A tendência, contudo, é que o brasileiro, se condenado, permaneça recluso por, no máximo, seis anos. Isso porque no início do caso judicial, a defesa do jogador pagou à Justiça o valor de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil) à vítima. A família de Neymar teria emprestado esse dinheiro.
A advogada da mulher que acusa o jogador contesta a possível redução da eventual pena. O MP solicitou, ainda, dez anos de liberdade vigiada após o cumprimento da pena em cárcere, e que ele seja proibido de se aproximar da vítima e se comunicar com ela pelo mesmo período.
Plano de fuga
Daniel Alves foi acusado por um colega de cela de planejar uma fuga para o Brasil. Segundo ele afirmou, a ideia seria executada caso a Justiça espanhola concedesse liberdade provisória ao lateral-direito. O atleta teve quatro pedidos negados. A defesa do jogador sempre alegou nos pedidos para responder em liberdade que ele tinha residência em Barcelona e não iria deixar o país.
De acordo com a jornalista Silvia Álamo, do canal de TV espanhol Telecinco, os funcionários da prisão de Brians, onde Daniel Alves está detido desde o ano passado, estavam cientes da intenção do jogador em escapar do cativeiro.
O estado emocional de Daniel Alves logo após o julgamento teria preocupado educadores, funcionários e demais presos, segundo relato dado pelo detento à jornalista. Conforme afirmou, o lateral foi visto “deprimido e desanimado” nas dependências da prisão de Brians. Por conta disso, a administração prisional precisou acionar um protocolo antissuicídio. “Por medo de que ele se cortasse ou fizesse alguma loucura, ele estava com esse protocolo no dia seguinte ao julgamento”, contou a jornalista ao relatar a revelação do preso.
O que diz a defesa?
A defesa de Daniel Alves alegou que o lateral nunca teve intenção de retornar ao Brasil, negando as especulações. Segundo a defesa, o brasileiro tem residência em Barcelona e continuaria na Espanha.