Debate sobre hospital: leilão, dívidas e até pedido de desculpas na Câmara de Monlevade

Pastor Carlinhos questiona Prefeitura querer assumir dívida do Margarida e não dar reajuste a funcionalismo público

Debate sobre hospital: leilão, dívidas e até pedido de desculpas na Câmara de Monlevade
Hospital Margarida pautou as discussões na Câmara de João Monlevade – Foto: Cíntia Araújo/DeFato Online

A situação do Hospital Margarida, em João Monlevade, pautou as discussões da reunião da Câmara de Vereadores. Após fala do médico e membro da Associação Médica local, Antônio Gabriel, acusando a gestão do Margarida de apropriação indébita do pagamento dos profissionais, os vereadores repercutiram o discurso.

O primeiro a falar foi Djalma Bastos (PSD). Segundo ele, é preciso transparência na gestão da casa de saúde. Ele pediu que a Câmara participe da governabilidade do local. O vereador e presidente da Comissão de Saúde, Revetrie Teixeira, que retornou ao Legislativo após afastamento de nove meses, declarou apoio aos médicos. “Percebo que querem um diálogo e que chegue a uma solução. Não é justo deixá-los na situação que se encontra hoje, sem pagamento há seis meses. Temos que valorizá-los”, enfatizou.

Vereador afirma que queria “desfazer ” declaração polêmica

Sinval Dias pediu desculpas aos médicos – Foto: Cíntia Araújo/DeFato Online

Em recente reunião ordinária, Sinval Dias (PSDB), afirmou que os médicos poderiam aguardar o pagamento, porque já eram ricos. Com a presença dos médicos no plenário na reunião do último dia 16, ele foi mais comedido e pediu desculpa aos médicos. “Eu queria desfazer minha fala. Quando falei aquilo, é um clamor que tenho pela sociedade que tem sofrido no município. O jornal deu do jeito que quis”, disse o tucano. No entanto a declaração polêmica foi gravada, a exemplo de toas as reuniões  ordinárias da Câmara de João Monlevade.

Mais manifestações

O vereador Tonhão questionou qual o valor real da dívida do Margarida.”Cadê a verdade? A saúde não pode ser palco de política. Politicagem suja em cima do cidadão”, declarou. Ele ainda criticou a proposta da Prefeitura de leiloar imóveis do município para pagar dívida do hospital. Essa ação foi dada em primeira mão pela reportagem da DeFato, único órgão de imprensa presente em reunião que se discutiu o assunto. “Se não tivesse os imóveis, ia pagar com o quê? Tem que ter gestão, porque com dinheiro é fácil” questionou.

Thiago Titó (PDT), questionou legalidade sobre usar pagamento de médicos para despesas do hospital – Foto: Cíntia Araújo/DeFato Online

Toninho Eletricista (PHS), disse que muitos não querem a solução da questão, não especificando sobre quem se referia. Já Gentil Bicalho (PT), demonstrou total apoio aos médicos. “Ai de nós se não tivesse eles em Monlevade”, opinou.

O vereador Thiago Titó (PDT), mostrou-se preocupado com a questão legal, já que se usou o pagamento dos médicos para compra de medicamentos, conforme assumido pela gestão do Margarida. “Isso pode? É legal? Temos a comissão de Saúde que tem o dever, como os demais vereadores, de fiscalizar. A decisão não pode ser unilateral, como foi feito”, se pronunciou.

Vereador questiona Prefeitura assumir dívida

Autor da denúncia, Guilherme Nasser defendeu pagamento em dia para quem trabalha – Foto: Cíntia Araújo/DeFato Online

Tido como polêmico, Pastor Carlinhos (MDB) definiu que a situação é á gestão do dinheiro público. “O Ministério Público também tem que intervir. A cada ano soma-se a dívida. Há um tempo atrás falaram em segundo hospital. Gastou-se milhões e nada mais se falou”, disse. O vereador ainda lembrou que a Prefeitura afirmou não ter dinheiro para dar aumento ao funcionalismo público, “mas tem dinheiro para assumir dívida do hospital”.

Autor da denúncia, Guilherme Nasser (PSDB) enfatizou que o fato está impactando a população. “Agora transferir a culpa é mais fácil. Todo mundo tem família e compromisso com o dinheiro. Acho que o Margarida precisa de mais transparência. Entendo o destempero e descontrole do atual provedor, que dispara contra várias pessoas. Mas temos que ponderar que o problema existe e está impactando o cidadão”, disse. O vereador ainda citou-se como exemplo. “Nós vereadores recebemos em dia”, finalizou a questão.

 

 

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