Dia Mundial de Saúde e Segurança no Trabalho é marcado por debates e atividades na Unifei em Itabira; confira
Um dos destaques do evento foi a palestra de Arlélio de Carvalho Lage, procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais
Na última segunda-feira (28), foi celebrado o Dia Mundial de Saúde e Segurança no Trabalho. A data, reconhecida internacionalmente, propõe uma reflexão profunda sobre a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, além de homenagear as vítimas de condições laborais precárias. Em sintonia com o movimento Abril Verde, que é uma campanha nacional voltada à conscientização sobre a importância da saúde ocupacional, as professoras Luciana Gomides e Carol Narciso, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) em Itabira, em parceria com os alunos e professores do curso de Engenharia de Saúde e Segurança da instituição, promoveram uma programação especial, com exposições, dinâmicas interativas e palestras.
Durante a manhã, a comunidade acadêmica foi convidada a participar de atividades voltadas à valorização da vida e ao fortalecimento de uma cultura preventiva nas relações de trabalho.
Um dos destaques do evento foi a palestra de Arlélio de Carvalho Lage, procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais (MPT – MG).
Em entrevista à reportagem do portal DeFato Online, Arlélio destacou que a data é um momento importante de reflexão sobre os desafios enfrentados pelos trabalhadores. Ele chamou atenção para a crescente crise de saúde mental no ambiente laboral, apontando que o estresse, a depressão e outras doenças emocionais vêm se agravando diante da alta cobrança por produtividade e das longas jornadas. “A saúde mental dos trabalhadores se tornou uma pauta urgente. Estamos diante de um cenário crescente de depressão, estresse e outras doenças relacionadas à pressão por produtividade, jornadas exaustivas e ao isolamento do teletrabalho. Isso precisa ser encarado com seriedade, pois esses impactos emocionais tendem a ser tão graves quanto os acidentes físicos no futuro”, alertou o procurador.
Outras atividades
O evento também contou com a presença de Alexandre Silva, que é engenheiro de Segurança da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Claudemir Peres e Hebson Nery, ambos diretores globais de Saúde e Segurança da mineradora Vale, que contribuíram com reflexões sobre a prática da engenharia voltada à prevenção.
Para a professora Luciana Gomides, o encontro foi um espaço de escuta e construção coletiva:“Ouvimos empresas, o Ministério Público do Trabalho e nossos estudantes. Falamos sobre a proteção da vida, o cuidado com a saúde do trabalhador e a importância de formar profissionais preparados para lidar com as transformações nas relações e na organização do trabalho. Em um cenário de novas tecnologias e mudanças rápidas, precisamos de uma engenharia comprometida com a prevenção e a proteção”, comentou.
Já o professor Geraldo Moraes, coordenador do curso de Engenharia de Saúde e Segurança, ressaltou que esse cuidado precisa ser permanente. “Saúde e segurança precisam ser pautas diárias; é importante que a gente instigue isso nas pessoas, para que elas se lembrem de sua importância. Por isso, formar uma elite crítica e engajada é essencial para transformar a realidade social e laboral do país”, concluiu.