“Dinheiro não me compra”: vereador denuncia ter sido pago com R$100 mil para vender voto em MG
Segundo a Polícia Militar, o empresário que teria oferecido os valores é proprietário do posto de combustíveis responsável pelo fornecimento de combustível para a Prefeitura tanto na administração passada quanto na atual
A sessão que definiu a Mesa Diretora da Câmara de Mercês, na Zona da Mata, foi interrompida por uma acusação inesperada: o vereador Marcelio Estevam Teixeira (Mobiliza) afirmou, diante dos colegas, ter recebido R$100 mil para direcionar seu voto na disputa. Ele abriu uma bolsa, mostrou o dinheiro e declarou que o valor teria sido entregue por um empresário da cidade horas antes da votação.
A cena, registrada pela transmissão oficial da Câmara, levou à apreensão do montante pela Polícia Militar e ao imediato início de investigações pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, que apuram possível compra de voto.
Marcelio disse que vinha sendo procurado havia dois meses e que o empresário Calixto Domingos Neto (irmão do prefeito eleito que ainda não pôde assumir) teria insistido para que ele votasse em José Ivanio de Oliveira (PSD), candidato defendido por ele. Segundo o vereador, metade do dinheiro foi entregue em espécie e metade em cheque. O empresário deixou o prédio logo após a denúncia.
O vereador também afirmou ter posse de vídeos e áudios comprovando a entrega do dinheiro. De acordo com a Polícia Militar, o objetivo seria “beneficiar determinados indivíduos para eventual assunção da Prefeitura Municipal, na hipótese de o prefeito eleito não reverter sua situação jurídica, fazendo com que o presidente da Câmara eleito pudesse assumir o cargo de prefeito interino”.
Segundo a Polícia Militar, o empresário que teria oferecido os valores é proprietário do posto de combustíveis responsável pelo fornecimento de combustível para a Prefeitura tanto na administração passada quanto na atual.
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Saiba mais
Mesmo com o tumulto, a eleição prosseguiu. José Elizio Ribeiro Coelho (PSD) foi escolhido presidente e o próprio Marcelio acabou eleito vice. A definição é estratégica: caso o prefeito eleito, Donizete Calixto (Mobiliza), não consiga reverter sua situação no Tribunal Superior Eleitoral, o presidente da Câmara assumirá a Prefeitura de forma interina a partir de 2026.
Nas eleições municipais de 2024, Donizete Calixto concorreu com candidatura indeferida, mas com recurso pendente.O processo de Donizete está parado no TSE após pedido de vista do ministro André Mendonça e deve voltar à pauta apenas no próximo ano.
*** Com informações de g1